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Wikileaks mexeu com o sistema

Segue em alta a discussão sobre o WikiLeaks, com a participação de intelectuais como Umberto Eco, Clay Shirky, Manuel Castells, entre outros.

A discussão é muito maior sobre a legalidade de publicar ou não documentos secretos, mas sim de testar limites sobre transparência, privacidade, enfim, como se comportar na sociedade em rede. Tanto que chamou a atenção da Veja e outras semanais, revistas direcionadas para a classe média brasileira, que em geral cobrem os assuntos apenas quando viram mainstream. Wikileaks virou mainstream rapidamente porque mexeu com o sistema. Interessa à classe média e aos intelectuais. Mexe como todos. Aos poucos, a sociedade começa a perceber o quanto este chacoalhão pode mudar a maneira de trocar informações ou de guardar segredos. (No Brasil, visitas ao Wikileaks.org registram crescimento de 9900%, segundo o Hitwise.)

WikiLeaks tem despertado reações viscerais, apaixonadas e odiosas. Normal em um momento de transição como o que estamos vivendo. Censura, anarquismo, ativismo, hackers, tortura, liberdade de informação, jornalismo, prisão, fiança, acusações, estupro. Há elementos dignos de filmes de cinema. Depois de “A Rede Social”, alguém aí dúvida que WikiLeaks vai virar filme em breve?

A missão do WikiLeaks é messiânica: publicar documentos legais que exponham alguma conduta ilegal, pouco ética. Julian Assange (que perdeu o título de homem do ano para Mark Zuckerberg do Facebook) já disse que seu objetivo é esmagar canalhas e atingir governos corruptos.

O texto abaixo traz uma ótima reflexão sobre como este fenômeno impacta (ou não) a maneira de fazer jornalismo. Foi escrito por David Carr, para o NY Times e reproduzido pelo Estadão dois dias atrás.

WikiLeaks e o novo jornalismo 

Por David Carr em 15/12/2010

Reproduzido do Estado de S.Paulo, 14/12/2010, tradução de Anna Capovilla; título original “O WikiLeaks, a mídia e o novo jornalismo”, intertítulos do OI

Será que o WikiLeaks mudou o jornalismo para todo o sempre? Talvez. Ou quem sabe o que aconteceu foi exatamente o contrário. 

Em 2008, o WikiLeaks divulgou apenas documentos que sugeriam que o governo do Quênia havia saqueado o país. A imprensa em geral não se manifestou a este respeito. No início de 2010, o WikiLeaks passou a adotar um enfoque mais jornalístico – editando e comentando, no qual um helicóptero Apache abria fogo sobre um grupo de pessoas aparentemente desarmadas. Os comentários foram os mais variados, mas dessa vez a revelação recebeu uma atenção muito maior da mídia.

Em julho, o WikiLeaks deu início a uma espécie de parceria com veículos de comunicação oferecendo-lhes uma primeira visão do chamado “Diário da Guerra do Afeganistão”, uma estratégia que resultou numa série de artigos sobre as implicações dos documentos secretos. Então, em outubro, o WikiLeaks decidiu abrir para os jornais Le Monde, El País, The Guardian e Der Spiegel o filão de ouro, até então secreto, de 250 mil telegramas diplomáticos dos EUA que descrevem as tensões em todo o globo.

Enfoque jornalístico

Nota-se que a cada divulgação sucessiva, o WikiLeaks ia aperfeiçoando sua estratégia, e foi recompensado com uma cobertura cada vez mais séria e mais ampla de suas revelações. Julian Assange, fundador do WikiLeaks, começou a compreender que o que norteia a cobertura dos eventos é a escassez, e não a abundância. Em vez de simplesmente arrancar o pano para que todos pudessem ver, ele passou a limitar as revelações às que poderiam acrescentar valor mediante uma apresentação condizente. E publicando apenas uma parte dos documentos, em lugar de despejar as informações aleatoriamente e descuidadamente pondo em risco a vida de pessoas, o WikiLeaks também assumiu uma posição de responsabilidade, numa estratégia que parece ir contra o próprio anarquismo fundamental de Assange.

Embora este agora afirme que o site está interessado no que definiu uma nova forma de “jornalismo científico”, seus primeiros escritos sugerem que ele acredita que a missão do WikiLeaks consiste em jogar areia na atuação de países que considera corruptos, fechados em si mesmos e particularmente malignos. Ele iniciou uma conspiração com a finalidade de desmontar o que considera uma conspiração maior ainda.

“A ideia de que esta experiência teria mudado profundamente o jornalismo, ou seja, a maneira como a informação surge, parece um tanto exagerada”, disse Bill Keller, diretor executivo do New York Times. “A escala em que isto aconteceu foi inusitada, mas será que foi tão diferente dos Papéis do Pentágono ou da revelação de Abu Ghraib ou das interceptações realizadas pelo governo? Provavelmente não.”

Neste caso, foi um conforto para as editoras jornalísticas saber que o tesouro não continha, com algumas notáveis exceções, nenhuma revelação capaz de abalar o planeta. Mas como ficou cada vez mais evidente que o WikiLeaks estava mudando a maneira de divulgar e consumir as informações, surgiram indagações a respeito do valor do enfoque jornalístico tradicional.

Armas de guerra

O WikiLeaks com certeza não se beneficia da mesma proteção dada aos outros veículos de informação nos países livres. Ao contrário, sofreu fortes ataques quando o PayPal, Amazon e Visa tentaram impedir o acesso aos seus serviços, medida que pareceria impensável se tomada contra jornais.

Mas Assange é um parceiro complicado. Até o momento, o WikiLeaks esteve envolvido com uma frutífera colaboração, uma nova forma de jornalismo híbrido que surgiu no espaço entre os chamados “hacktivistas” e os veículos de comunicação tradicionais, mas sua relação é instável. Talvez, por enquanto, o WikiLeaks esteja querendo jogar bola com os jornais, mas não compartilha dos mesmos valores ou objetivos. A imprensa tradicional talvez gaste muito tempo tentando cavar informações oficiais, mas ela opera em grande parte com base na convicção de que o Estado é legítimo e tem o direito a resguardar pelo menos alguns dos seus segredos.

Por outro lado, Assange colocou sobre a mesa uma mensagem apocalíptica: ele disse que se a existência do WikiLeaks for ameaçada, a organização publicará indiscriminadamente todos os documentos que ela possui, ignorando as eventuais consequências fatais deste ato. E se o WikiLeaks não gostar do modo como um dos seus parceiros da imprensa tratou das informações que ele forneceu ou não gostar da cobertura dispensada ao site? As mesmas armas da guerra da informática postadas contra seus adversários políticos e seus concorrentes na internet poderão se voltar contra os veículos de comunicação.

Ato de rebelião

Steve Coll, presidente da New America Foundation, escritor e colaborador da revistaNew Yorker que tem escrito frequentemente sobre o Afeganistão, disse que a permanência do modelo do WikiLeaks é uma questão em aberto.

“Tenho minhas dúvidas de que uma divulgação deste porte venha a ocorrer novamente”, afirmou, “em parte porque os interesses envolvidos e o estado de direito tendem a frear com rigor movimentos incipientes. Basta lembrar do impacto inicial do Napster e do que aconteceu com a rede”.

Evidentemente o Napster deixou de existir, mas o ato de rebelião que ele representou quase ameaçou a indústria fonográfica. “Neste momento, os veículos de comunicação estão tratando deste caso como uma transação com uma organização jornalística legítima”, ele disse. “Mas a certa altura, o site terá de evoluir e tornar-se uma organização com endereço e identidade, do contrário este tipo de colaboração acabará.”

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Na dúvida, pergunte à natureza

Emergência, Sociedade em Rede, swarm-effect (enxames), existem algumas palavras para falar da cada vez mais articulada sociedade  da era da informação. O caso que estamos vivenciando do WikiLeaks  é um excelente exemplo disso. (É um divisor de águas na maneira da sociedade lidar e se organizar com informações confidenciais – sem julgar a questão ética do que estão fazendo, tendo a achar que o movimento é bom para o jeito de nos organizarmos em sociedade, ainda que possa ser dolorido no início. Leia mais no post anterior). Assim que a PayPal, Visa e Mastercard bloquearam o fluxo de recursos para o WikiLeaks, hackers de todo o mundo se organizaram rapidamente para atacar estas empresas. Hackers independentes organizados sob um guarda-chuva chamado Anonymous, um caso exemplar de funcionamento de rede (de novo, sem julgar se o que fazem é certo ou errado).

Com a velocidade das mudanças, fica cada vez mais necessário ter velocidade para reagir rapidamente. Dentre as imagens para representar isso, conheci ontem esta abaixo, dos pássaros Starlings, da Inglaterra. Eles voam em bando ao final do dia com uma beleza estonteante. E é estonteante mesmo, inclusive porque este movimento também serve para afastar predadores (falcões). Até parecem os hackers do Anonymous confundindo os governos que aparentemente tentam bloquear o WikiLeaks a todo custo.

Mais: os starlings neste movimento trocam informações sobre onde podem encontrar alimentos durante um dia. Fazem isso com movimentos precisos, tanto que o responsável pelo registro dos vídeos disse que não viu nenhuma colisão em todas as vezes que observou os pássaros. É a rede, estúpido.

Ontem na palestra onde mostrou este vídeo @ricardo_thymus disse:

“Isto é sociedade em rede, não tem pirâmide, não tem um líder, mas cada um é líder dependendo da situação. Nesta sociedade, não há controle, e o dilema é como lidar com este mundo onde perdemos completamente o controle”

O maior impacto do vazamento do WikiLeaks foi até agora no governo americano, que está tentando se virar com o vazamento de informações. Inclusive este recente, grave, sobre o acordo EUA e China contra a Europa para boicotar Copenhague. Na sociedade em rede, vale quem você é e não quem você diz que é.

O mundo sem controle funciona? “Na dúvida, pergunte à natureza”, disse @ricardo_thymus. Pergunte aos Starlings.

 

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WikiLeaks: a transparência veio para ficar

A transparência na era 2.0

A nova revelação dos documentos secretos do WikiLeaks trouxe uma discussão excelente à tona. O pano de fundo é a transparência, ainda que por vezes o foco fique na relevância ou não dos documentos revelados.

Em uma carta ou e-mail, ninguém envia informações que não gostaria que fossem passadas adiante. Quando alguém está falando ao telefone, só fala tudo o que pensa para alguém muito confiável e quanto tem certeza que não está sendo gravado. Os diplomatas expostos no caso dos diplomatic cables (mensagens diplomáticas) estavam falando em uma via confiável e – aparentemente – segura. E aí falavam tudo o que pensavam, mas não necessariamente aquilo que fariam em público. Ou seja, nem sempre de maneira ética ou transparente.

A sociedade é baseada em pequenas mentiras (white lies) alguns vão pensar. Sem elas, as relações não se sustentariam. Sim, mas white lies não fazem mal a ninguém. Neste caso, estamos falando de assuntos sérios, que envolvem milhões de vidas. Em alguns casos revelados, as informações ajudam a entender melhor o mundo e em outros dão a origem correta para algumas questões. Em outras, revelam planos de assassinatos. As fontes são os diplomatas, que podem ter interesses próprios ou usar informações a seu favor. Mas como estavam falando em um canal que consideravam seguro, falavam tudo o que pensavam. Por isso, as informações críveis. É o sol como desinfetante.

A transparência, que está no centro do debate, chegou para ficar. Queira-se ou não. O WikiLeaks se propõe a receber arquivos confidenciais para depois disponibilizá-los para grandes veículos. (O primeiro estrago do site foi a revelação de diálogos escrachados de soldados americanos matando civis iraquianos.)

No TED Global, em julho passado, Julian Assange, o responsável pelo serviço/site foi o convidado surpresa e expôs suas convicções. Na época, ele havia revelado o assassinato de civis iraquianos no caso que ficou mais conhecido. Chris Anderson, do TED, estava conduzindo a entrevista e em certo momento perguntou para a plateia se achavam Assange um perigo à ordem pública ou um herói. A esmagadora maioria falou que ele era um herói.

Não é o que estão pensando os governantes americanos, que estão buscando censurar o WikiLeaks e nem mesmo a justiça Sueca, que fez uma acusação de que Assange teria cometido estupro. O certo é que a verdade dói muitas vezes. Mais certo ainda é que daqui para frente, se você não quiser que alguma posição seja pública, não emita. O mundo em off é cada vez mais um anacronismo das relações entre jornalistas e fonte. Um segredo quando contado deixa de ser segredo. Off is off now.

No fundo, o WikiLeaks representa os maiores dilemas que vivenciamos hoje, com o excesso de informações (foram 250 000 e-mails vazados!), abertura cada vez maior, interdependência e velocidade trafegando à velocidade da luz.

Fui conversar com um jornalista amigo em quem confio muito sobre a opinião dele em relação ao WikiLeaks. A resposta foi primorosa. Vou reproduzir:

“Sobre o WikiLeaks, acho que transparência é bom, Rodrigo. Mas, pergunto eu, qual valor pode ser defendido de forma incondicional e irrestrita? Eu procuro, procuro, e não acho um que seja: nem liberdade, nem verdade, nem transparência. Todos estes valores admitem algum nível de restrição que é arbitrado pelo interesse coletivo. Creio, meu amigão Rodrigo, que qualquer tipo de fundamentalismo é potencialmente perigoso — inclusive o da transparência. Eu só admitiria rever esta minha opinião se o homem, e as comunidades humanas, fossem, enfim, perfeitas. Perfeitas na ação e no pensamento. E não são.”

Julian Assange: ativista ou jornalista?

Assange, mais do quem jornalista, está sendo visto como um ativista. Sua teoria sobre o que o WikiLeaks pode cumprir é interessante:

“Quanto mais secreta ou injusta uma organização é, mais os vazamentos causarão medo e paranoia na sua liderança. Isso minimiza da eficiência dos mecanismos de comunicação internos (aumentando o custo da “taxa de segredo”) e do conhecimento do sistema, resultando numa perda da habilidade de se agarrar ao poder à medida que o ambiente exige adaptação. Assim, num mundo em que os vazamentos são fáceis, sistemas secretos ou injustos são mais impactados do que em sistemas abertos e justos. Os sistemas injustos são, por isso, extremamente vulneráveis a vazamentos em larga escala.”

Há quem considere o WikiLeaks apenas uma pequena vitória da transparência, mas na verdade um tiro no próprio pé. A Economist disse que no final das contas, ao querer lutar por transparência, Assange vai causar uma diminuição na circulação de informações.

Enfim, uma discussão apaixonante, típica de um momento de intensa transformação e adaptação da sociedade. Para ajudar a entender melhor, segue aqui uma coletânea de notícias recentes para entender melhor o impacto do WikiLeaks nos últimos dias, com ajuda na curadoria do meu colega @dkeichi

WikiLeaks ataca de novo

Comentário do Noam Chomsky

Time já está considerando Assange para personalidade do ano:

Risco de vida

Assange é um ativista mais do que jornalista

Gráfico interessante que mostra os documentos por país

Irlanda foi contra e bloqueou o fornecimento de armas americanas na guerra de Israel x libano

Guerra Russia x Georgia – na época todo mundo condenou a Russia, quem na verdade começou foi a Georgia

Thy The Wikileaks Document Release Is Key To A Functioning Democracy:

How Wikileaks Changes Things For Us All

From WikiChina (Thomas Friedman, to NY Times)

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Webcidadania, WikiLeaks, e webjornalismo in loco

A Webcidadania ganha força

Com a largada da campanha eleitoral e com a crescente mobilização e conscientização da sociedade (ainda que tenhamos muito a percorrer), vale falar um pouco de política.

No dia 29 de julho passado foi lançado o site Ficha Limpa, pela  Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci), com o apoio do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O site  apresenta um cadastro voluntário e positivo de candidatos que atendem à Lei Ficha Limpa e se comprometem com a transparência de sua campanha eleitoral. Trata-se de uma referência de candidatos que, além de se posicionarem de acordo com a lei, mostram compromisso com a transparência através da prestação de contas semanal de sua campanha eleitoral, informando a origem dos recursos obtidos e os gastos.

O site ainda não tem nenhum político cadastrado, mas essa iniciativa é parte de um movimento maior que começa a emergir na sociedade brasileira, e que atende pelo nome de webcidadania.

Vou citar dois que valem a pena e que já estão bem mais avançados:

Vote na web – para acompanhar de perto os projetos de lei  e dar uma prévia do voto da sociedade antes que os políticos se encarreguem de decidir por todo. Entre os destaques desta semana estão a “lei da palmada”, sobre castigos físicos impostos por pais aos filhos e uma lei que permite políticos a se candidatarem a cargos eletivos mesmo que não residam no domicílio eleitora.

Cidade Democrática – para criar e apoiar propostas para uma cidade melhor. Permite que se identifique pessoas com mesmos interesses para fortalecer o apoio a causas.

A arte de procrastinar

Esse é um vídeo muito legal, praticamente uma obra de arte digital sobre o que fazemos quando não estamos fazendo aquilo que deveríamos estar fazendo. Ou simplesmente aproveitando o não fazer nada.

A polêmica capa da Time

Esta capa deu o que falar durante a semana. Lembra uma clássica foto da National Geographic. Segundo o editor da revista, houve uma grande reflexão sobre colocar ou não a foto e se decidiu que sim para chamar a atenção do que pode acontecer se o Afeganistão for deixado para os talibãs. Houve até uma consulta a psicólogos infantis para saber o tamanho do trauma que poderia causar a crianças que veriam a capa da revista nas bancas. Há quem diga que é jogo baixo para convencer os americanos que o país deve continuar enviando tropas ao Afeganistão, mas algo não se pode negar: a jovem em questão teve o nariz cortado por ter fugido dos sogros, que a maltratavam. Uma barbárie em pleno século 21.

A capa da Time da semana passada e a clássica da NatGeo, de 1985

O penar de Palmares

Excelente post no blog Sustentável é Pouco do jornalista Denis Russo Burgierman sobre o que restou de Palmares depois dos estragos causados pela chuva. Traz um olhar novo para uma tragédia que foi coberta aquém do que deveria pelos grandes veículos da imprensa. Denis foi até lá, lembrando que jornalismo de verdade se faz no local e não pelo telefone.

O que sobrou de Palmares (AL)

WikiLeaks – o jornalismo nunca mais será o mesmo

O site voltou a ser notícia com o vazamento de milhares de documentos relativos ao Afeganistão. A pressão está forte sobre a estratégia americana, mas não parece que sairão do Afeganistão tão cedo. De certeza, fica a grande complexidade e irracionalidade da guerra, tão bem expressa nesta resposta de Eric Stover à repórter Carolina Rossetti em entrevista no Estadão:

O que significa contar a verdade sobre a guerra?

É o papel da inteligência – e dos jornalistas – penetrar o nevoeiro da guerra. Mas não existe uma coisa como total transparência em tempos bélicos. A névoa sempre ganha. Para citar McNamara: “A guerra é tão complexa que ultrapassava a habilidade da mente humana de compreender todas as suas variáveis. Nosso julgamento, nosso entendimento, não são adequados. E nós matamos pessoas sem necessidade.” Essa é a verdade da guerra.

Vale ainda conferir o post de Sergio Abranches com reflexão sobre o WikiLeaks

TED Talk da semana – Julian Assange

A entrevista surpresa com um dos líders do WikiLeaks, no TED Global (legendas em espanhol). Sua frase no dia, que já virou clássica e retuitada aos montes: “Homens capazes e generosos não criam vítimas, eles cuidam das vítimas.”

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