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A incrível aventura humana é muito maior que Copenhague

Por muito tempo achamos que tudo girava em torno da Terra. Galileu Galilei – lembra das aulas de história? – foi condenado porque disse o contrário. “Eppur si muove!”, ele disse, para nos mostrar que girávamos em torno do sol. E que o sol era uma entre bilhões de estrelas de uma entre bilhões de galáxias formada por um universo que de alguma forma jogou energia para todos os lados formando partículas que se organizaram em moléculas, que se organizaram em genes, que por sua vez se organizaram em proteínas formando um DNA, a base dos seres humanos.

Somos seres pequenos, ínfimos, que ainda estamos descobrindo como se comunicar uns com os outros (a Web 2.0 nada mais é do que uma tentativa embrionária que potencializa a linguagem em uma potência ainda a ser medida). O que dirá de se comunicar com outras vidas.

O universo é grandioso demais para termos a pretensão de acharmos que somos a única forma de vida viável. Um incrível acidente da natureza? (leia post que escrevi sobre isso no Planeta Sustentável) Pode até ser, dadas as incríveis casualidades que formaram essa espécie inteligente que é capaz de escrever linhas como essas. Mas isso é pouco dada a grandiosidade do universo.

Ainda conhecemos apenas 10% do fundo do mar em nossa própria casa. Ainda não somos capazes de chegar a um consenso sobre o nosso próprio futuro (COP15). Ainda nos matamos para termos o direito de adorar um Deus melhor que o do outro.  Mas temos a ousadia suficiente para voar até o satélite que orbita nosso planeta e também para lançar telescópios para espiar o mundo lá fora. E descobrimos que ainda temos muito para descobrir.

Nesse video abaixo do American Museum of Natural History há um momento angustiante para mim. É quando o Cosmos virá uma esfera com espaços negros ao redor. Impossível não pensar no magnifíco filme o Show de Truman. Há algo fora das fronteiras do universo? Nosso cérebro mal entende a dimensão de nosso universo, o que dirá de um universo de 11 dimensões, como a teoria das cordas propõe?

Estamos todos conectados via uma imensa máquina que nunca desliga (a internet) e ao mesmo tempo vacinamos crianças pequenas via agulhas medievais perfurando quadríceps em formação. Reorganizamos móleculas para criar substâncias pesadas, que fazem mal à nós mesmos, para em seguida descobrir que a casca de banana é capaz de nos livrar do mal que causamos (Milena Bonilo, no TEDxSP).

Aos poucos, vamos descobrindo que apesar de toda racionalidade que tentamos imprimir em nossa vida, não passamos de energia organizada em forma de átomos. E que mal conseguimos conviver no espaço que o universo reservou para nós: a Terra.

Nesse final de ano, pós-fracasso da COP15 (mais um exemplo de que não conseguimos caber no nosso espaço, que gastamos mais do que nosso orçamento), vale investir 24 minutos para assistir a esses dois incríveis videos que falam de grandiosidade, da inevitabilidade do universo à força de vontade da superação. Das possibilidades de entender e escolher. O vago transformado em concreto. A vida na Terra é a vitória do improvável (Deus?). E, somente agora, depois de 500 mil anos depois de começarmos a nos organizar em sociedade, como espécie, estamos começando a aprendendo a valorizá-la. (Nunca é demais lembrar que se a história do planeta fosse um dia de 24 horas, nós, seres humanos teríamos surgido há um minuto e dezessete segundos antes da meia noite.)

The Known Universe by American Museum of Natural History

Jill Bolte Taylor, sobre o funcionamento do cérebro, no TED

No video acima, Jill Bolte Taylor falou uma frase linda: “There is a we inside of me.” Existe um nós dentro de mim. Ela falou dezenas de vezes a palavras ‘beautiful” em sua apresentação. Não à toa. A vida é bela. Como a Terra é bela. E a beleza é difícil, já dizia o poeta americano Ezra Pound.

PS: Vale a pena ver essas incríveis fotos apenas do ano de 2009. É mesmo incrível e grandioso a aventura humana.

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Pessoal do boteco São Bento, o mundo mudou!

Alguém aí pode explicar para o pessoal do Boteco São Bento (em São Paulo, na Vila Madalena) que o mundo mudou? Três jornalistas, que mantém o blog Resenha em 6, resolveram criticar o boteco depois de uma má experiência. Os donos tiveram a ‘genial’ ideia de querer processar o blog. E aí, o que era conhecido por pouca gente caiu na rede.

Agora, todo mundo sabe que o atendimento do boteco é ruim e os caras do site entraram no mapa.

Esse é o mundo 2.0. Qualquer tentativa de controle pode acabar num tremendo fracasso. Acho que isso vai virar case.

Vejam duas notícias sobre isso:

Críticas a bar em blog criam polêmica (INFO) 

Chamado de “pior bar do sistema solar”, boteco ameaça processar blog (FOLHA)

PS: Nunca estive lá e não sei como é o chopp…

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EUA agora tem Diretor de Informação para lidar com Web 2.0

São decisões desta envergadura que anunciam a mudança que Barack Obama falava quando estava em campanha. Ontem mesmo a Casa Branca anunciou a nomeação do Chief Information Officer (ou algo como Diretor de Informação).  O escolhido é Vivek Kundra, 34 anos, que exercia essa função no distrito de Columbia. Kundra terá poderes sobre os gastos com tecnologia em todo o país, sobre o compartilhamento de informações entre as agências governamentais e também sobre questões de segurança e privacidade.  A ideia é que expanda o alcance da tecnologia para auxiliar a governar o país, assim como a diminuir os custos por meio da tecnologia.

Em 19 meses no Distrito de Columbia, Kundra colocou contratos da cidade no YouTube e tornou o Twitter comum no seu escritório e em outros. Ele quer fazer ainda com que os motoristas possam pagar multas ou renovar a licença no Facebook.

O site do seu escritório Web site oferece o que chama de “Praça Pública Digital”, com links para informações de questões como crime, estacionamento e turismo. Contém um mapa com os pontos onde é possível acessar internet sem fio, informações sobre bibliotecas e até um widget (ferramenta eletrônica) com informações ao vivo sobre remoção de neve.

Em Outubro, Kundra lançou um concurso chamado “Apps for Democracy”, em que moradores enviaram 47 sugestões de aplicações para oferecer boletins de crime pelo telefone e outras informações sobre a cidade. A campanha custou 50 mil dólares e a estimativa é que tenha economizado  2,6 milhões de dólares com o valor que teria que ser usado para contratar desenvolvedores.

Kundra disse ainda que vai criar um o site Data.Gov para deixar informações do governo disponíveis para os cidadãos.

Kundra se refere aos cidadões como co-criadores, o que diz muito sobre o jeito de pensar e encarar a oferta de serviços públicos num mundo em evolução rápida e constante, como estamos vivenciando hoje. E, de fato, todos são co-criadores à espera de poder exercer seu potencial.

Uma frase de Kundra: “Uma interação de mão dupla entre o governo e os cidadãos vai requerer uma transformação importante por parte do governo para garantir que possa lidar com essa nova realidade.” Acredito que boa parte dos cidadãos também tenha que aprender com isso.

A ficha caiu. E no Brasil, como seria isso? Estamos um pouco longe. Um líder empresarial costuma dizer que no Brasil aprendemos a ser consumidores de produtos (para reclamar nossos direitos de consumidores), mas ainda precisamos aprender a ser consumidores de cidadania (para cobrar questões relativas à cidadania).  Concordo em gênero, número e grau.

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