A chegada em Palm Springs é meio estranha. A vista do avião mostra um monte de lagos em meio a campos de golfe em pleno deserto. No aeroporto, o visual brega/kitsch/retrô dos anos 50 causa um pequeno choque. Mas é na saída do aeroporto que a vista enche os olhos. Montanhas gigantescas com picos cobertos de neve em meio ao deserto! A natureza não engana e ajuda a entender porque cerca de 50 mil pessoas vieram viver aqui. Palm Springs tem várias atrações para adultos e crianças. Esportes outdoor, cassinos e artes e cultura. Palm Springs é terra de índios. Há mais de 2 000 anos, os primeiros moradores que se tem registro eram da tribo Agua Caliente Cahuilla, índios pacíficos e caçadores, capazes de se adaptar ao clima tórrido do verão e gelado do inverno. A foto abaixo da montanha árida com a neve no topo ajuda a entender este contraste.
Como não poderia ser diferente, os americanos conseguem capitalizar e marquetear em cima de qualquer coisa. Aqui, há alguns lugares onde se pode conhecer esta herança indígena. Como no lugar onde aconteceu o workshop do TED Active com mais de 160 organizadores de TEDx de todo o mundo! Senegal, Colômbia, Inglaterra, República Dominicana, Arábia Saudita, Coréia do Sul, Índia, entre outros. Ao ar livre, em meio a um frio de rachar cedo pela manhã e um sol de rachar ao meio-dia, cerca de 20 participantes contaram suas experiências na organização de TEDx pelo mundo e ouviram as dicas da equipe do TED sobre como conduzir os eventos, lidar com parcerias e treinar os palestrantes.
Giorgio Ungania, do TEDx Dubai, fez um video bacana, capturando a essência do evento.
Ao final do dia, depois de uma conversa muito produtiva com os organizadores de TEDx da América Latina, fiquei com a clara impressão de que o futuro do TED está na capacidade destes grupos auto-organizados levarem adiantes estas ideias. O grande desafio que vive o TEDx agora é a capacidade de conciliar quantidade e qualidade. Somente na Índia são mais de 100 TEDx. Na Coreia do Sul, com apenas 50 milhões de habitantes, já são 63 TEDx. A brincadeira é que na Índia, por mais que existam regras, o pessoal faz do jeito que achar melhor! O que nem sempre é o melhor jeito para o TED…
Existe um ponto de saturação? Quantos TEDx a comunidade internacional e brasileira pode suportar? Na minha visão e vendo a energia de tanta gente reunida pelo mundo fazendo estes eventos incríveis acontecerem, ainda tem muito espaço. Eventos menores sempre serão mais fáceis (e baratos) de serem realizados. Encontrar patrocínios é um problema comum pelo mundo. Então, cada vez mais e dada a quantidade (mais do que bem-vinda) de TEDx que teremos neste ano no Brasil, o segredo será a criatividade e a persistência para colocar eventos de excelente qualidade de pé.
Conversando com os colegas chineses que organizaram o TEDx Taipei e TEDx Shanghai, chegamos à conclusão que os melhores palestrantes são sempre os locais. A turma da cidade, da comunidade. Aqueles que conseguem maior conexão com a plateia. Fica a dica para a incansável turma de organizadores de TEDx pelo Brasil! O movimento TED e global, mas o impacto pode ser muito maior se tiver tempero local.
http://www.visitpalmsprings.com/page/about-palm-springs/6375