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A arte de deslizar – parte 3

Aí vai mais uma sessão sobre a arte de deslizar. (Veja as anteriores aqui e aqui.)

1. Surfe noturno –

A incrível capacidade humana de produzir coisas belas

2. Surfe no Waimea River

E tudo começou com uma “cavadinha” na areia. Para quem não sabe, Waimea é uma das mecas do surfe mundial, palco de ondas gigantes no inverno havaiano.

3. Surfe de rio na Indonésia

Seven Ghosts ou “The Bono”. Meu amigo Serginho Laus diz que na Amazônia temos ondas melhores do que na Indonésia, o que nos falta são recursos para produzir imagens como estas! Não duvido nem um pouco!

4. Jet Ski na crista da onda

A arte de deslizar – e de se abaixar também! Olhem de onde aparece o jetski e como o sujeito consegue desviar!

5. Surfando o tsunami

É claro que não é um tsunami, mas esta onda é grande o suficiente para parecer um. Um dos videos mais acessados (se não o mais acessado) de surf no YouTube.

6. Surfando em Jaws à noite.

Jaws é um dos lugares que suporta as maiores ondulações surfáveis do planeta. Não satisfeito em surfar ondas gigantes, este cara chamado Mark Visser surfou esta onda gigante à noite.

E nunca esqueça de deslizar!

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O importante é deslizar – parte 2

Depois que fiz um post com uma coletânea de filmes incríveis sobre deslizar, acabei recebendo outras referências que merecem ser compartilhadas. A primeira delas é do sujeito que está surfando sem quilhas. Quem já viu alguém pegar onda de bodyboard, conhece aquela manobra em que o bodyboarder gira sobre o próprio eixo, o 360˚. Agora, imagine uma prancha com essa mesma `soltura’. A dica veio do twitter do @lucasmello, que nos próximos dias estará ocupado em uma surftrip. (ai, ai, inveja!).

Esse Derek Hynd expandiu os limites do surf ao colocar uma prancha sem quilhas em ondas deste tamanho. E falando em expandir limites, vale conhecer esse video abaixo de Kite Surf, filmado no Cabo Verde. O português é quase ininteligível para o nosso sotaque, mas quem fizer um esforço, vai perceber que em uma região carente de um país pobre da África, o belo kite surf está criando heróis. Vejam os caras entubando em um kite em ondas grandes. Levando aos limites (e expandindo) o surfe. Com uma qualidade de imagens e narrativa de impressionar. Dica de meu grande amigo de sempre e de surfe Alexandre Maluf (nada a ver com o político, por favor). Vale ver o minuto 5 e depois o 13.

Sobre kite, ainda tem este, que também vale conhecer. Quando eu era moleque, lá em Capão da Canoa, o vento sempre foi um problema. Agora, é coisa boa. Ah, se tivessem inventado o kite há, sei lá, uns 20 anos. A parte boa é que ainda dá (muito) tempo de aprender. É o próximo desafio radical!

Aqui, uma ideia bacana para promover o filme Tron, com skatistas criando ilusões digitais em uma rampa. Ficou bom:

Tem também o surfe na pororoca, nas ondas que não acabam mais. De novo, Serginho Laus:

E para finalizar, a dica do meu ex-colega de Famecos, na PUC-RS, com os doidões que surfaram uma onda criada por explosão de dinamite:

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O melhor de 2010 (final) + inspiração para 2011

Vamos lá, com a última parte do melhor de 2010 aqui no Blog. Seguem os cinco posts mais acessados do ano. Numa análise rápida e rasteira, vou tentar explicar o que aconteceu abaixo.

Os post #4 e #1 são um tanto aberrações. Aparecem aí mais pela busca no google do que por qualquer outra coisa. No post  #1, sobre Brasil, buscas sobre semana de arte moderna, arte moderna etc levam a ele. Somente porque coloquei uma imagem do Abaporu, com legenda Mas é um post legal (tem alguns “likes”, fala de perspectivas do Brasil, tem um video inspirador ao final. Enfim, mostra que se usarmos os termos certos, a internet faz aparecer! O do Obama também aparece pelas buscas. Ambos são de 2009 e continuam aí.

Bom, vamos descartar estes e considerar os outros como realmente campeões de 2011.

O post #5 fala dos impactos da construção da usina de Belo Monte. Tem a reprodução de um artigo escrito pela Marina Silva no período da eleição. Acho que ganhou ibope pela onda verde, mas não só por isso, também por ser muito didático e direto ao ponto. O #2 é bem legal, conta a aventura dos caras que surfaram no arroio Dilúvio, em Porto Alegre. Muito antes de eu conhecer a fundo a história do surfe na Pororoca, via o principal embaixador do assunto, meu amigo Serginho Laus. Pessoal do surfe sempre em busca de novas fronteiras.

Mas o post entre os mais populares e do qual mais gosto é o #3, que falou sobre a loucura da baleia Orca que matou um dos treinadores. Trabalhei no Sea World, onde isso aconteceu, e acho que entendo direitinho os motivos da baleia. Vai lá, é um post mais pessoal, gostei de escrever.

Antes de deixar os links, queria compartilhar aqui com vocês o e-mail que recebi do pessoal do WordPress, avaliando a “performance” deste blog em 2010. Veja o que escreveram:

“Números apetitosos

Imagem de destaque

Um navio de carga médio pode transportar cerca de 4.500 contentores. Este blog foi visitado 17,000 vezes em 2010. Se cada visita fosse um contentor, o seu blog enchia cerca de 4 navios.

Em  2010, foram 88 novos posts, aumentando para 283 posts o arquivo deste blog.

O dia mais ativo foi em 6 de novembro, quando foi publicado o post TEDxAmazônia e a seca do século.”

Achei meio boba a comparação com os navios, mas enfim, ficam os números.

E aí vão os post mais acessados de 2010.

5. Entenda o impacto da construção da usina de Belo Monte

4. Vitórias rápidas de Obama

3. A baleia Orca e a falta que faz a liberdade

2.O surf no arroio Dilúvio em Porto Alegre

1. Da arte de ver a floresta e não só as árvores

Inspiração para 2011

Já pensando em 2011, e lembrando que retorno à rotina daqui algumas horas, segue um video publicitário da RedBull para lembrar que neste ano, surfei em 85% dos dias!

Continuando na natureza e na inspiração, este video fala que o “crescimento é para sempre”. Desde que com renovação e na natureza, ok. Ao contrário do crescimento da economia, que se for para sempre, como querem os economistas, vai trazer muitos problemas (ainda mais que os que já temos) para a raça humana no planeta.

Economia, dinheiro, bancos. Encontrei agora este vídeo na internet, naquelas incríveis voltas que a web dá. Excelente trabalho, fechando o ciclo de inspiração. Vamos que vamos!

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E o importante é deslizar…

Força, poesia e plástica. Três adjetivos que deslizam como as pranchas e os corpos nestes vídeos abaixo.

William Laity, o sujeito que quebrou o recorde mundial surfando 147 ondas em 26 horas. O mar estava horrível e a água congelante…

Killian Martin, o sujeito que transformou skate em arte com ajuda fundamental da forma na apresentação! (2 videos)

Os publicitários que trouxeram o efeito Matrix para dentro da água. (video + making of)

O aventureiro que surfa as pororocas pelo mundo, dono do recorde de onda mais longa já surfada no mundo (meu brother Serginho Laus, palestrante do TEDx Amazônia – video ainda não entrou no ar).

Os malucos que voam pelos ares nos fiordes nórdicos.

Só a arte para expressar tão bem os sentimentos. E o importante é deslizar… sempre!

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Maus momentos na remada

Essa eu peguei no twitter do Ricardo Bocão (@rbocao), veterano jornalista de surfe, uma das melhores fontes sobre o assunto.

Em alguns tweets, ele descreveu o ‘perrengue’ desses surfistas, lembrando que uma das piores sensações de surfe em onda grande é aquela quando você leva uma vaca (ou caldo) e logo em seguida vem uma onda tão grande quanto aquela em que você caiu, sem nem dar tempo de respirar direito. Já aconteceu comigo em ondas de 2, 3 e até 4 metros na pior delas. Agora, coisa igual a essa eu nunca havia visto. Menos ainda malucos pegando ondas deste tamanho na remada (em Jaws, no Havaí) e não no jetski. Realmente de tirar o chapéu. Veja só:

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Free surf forever

G-Land, upload feito originalmente por Rodrigo VdaC.

Peguei uma revista Trip atrasada para ler no final de semana.
Lá pelo início da revista, veio a surpresa. Uma coluninha chamada Tubos, Câmera, Ação. O conteúdo era sobre as filmagens de Pedro Manga, o moleque da foto acima. Em 2000, ele ‘mandou’ esse cutback redondo em G-Land, no meio de um parque florestal na ilha de Java, Indonesia. A semana em G-Land foi uma de oito que passamos na Indo. A cada dia que passava, Pedro calibrava seu surfe. Isso enquanto não dava um jeito de se raspar um pé ou amassar o nariz à bordo de uma motinho, dessas que existem aos milhares no sudeste asiático. Cada um dos surfistas daquela viagem incrível seguiram suas vidas. Gugo se formou em arquitetura. Bruno em cinema (hoje é ator). Moisés comprou uma câmera fotográfica de Balão (que não sei onde está) e hoje é fotógrafo de surfe. Eu estou por aqui. E Pedro está pelo mundo. Já ganhou prêmio de maior vaca (caldo) do ano. Já apareceu nas páginas das maiores revistas do país pegando ondas incríveis (difíceis, pesadas, perigosas) no Taiti. E agora está se especializando em filmar tubos. A partir deles. Pedro manteve vivo o sonho de cada um dos cinco daquela barca.
Sinto prazer em ver as conquistas desse moleque. Mais ainda depois de ver o quanto se jogava nas ondas cascudas de Bali, sem medo do coral, sem medo do que poderia acontecer. A foto abaixo não deixa mentir.

Pedro Manga curtindo uma deprê depois de quebrar o instrumento de trabalho. Periscopes, Sumbawa, Indonesia (2000)

Pedro Manga curtindo uma deprê depois de quebrar ao meio o instrumento de trabalho

O video abaixo (clique aqui se não estiver funcionando) mostra uma filmagem incrível, de dentro do tubo, em Teahupoo, uma das ondas mais perigosas do mundo.

Conquistou o lugar onde está. Vai lá, moleque, dropa essas por nós!

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Sonho de surfista…

Aconteceu de novo. Mais um dos incríveis sonhos recorrentes relacionados ao surfe. O argumento é sempre o mesmo. Estou em uma praia desconhecido que reúne elementos de praias que eu já conheço (Essa lembrava a praia Mole, de Santa Catarina). Estou sempre com amigos. O mar está aparentemente bom. Aí, chega a minha hora de surfar e estranhas coisas acontecem. Ou perco a cordinha da prancha. Ou começa a ventar. Ou as ondas diminuem consideravelmente. Ou não consigo entrar nas ondas. Dessa vez, foi um pouquinho diferente. Vamos lá.

Estava no mar junto com o Bruno, meu irmão. Era um campeonato de ondas grandes na Austrália, na praia de Raleigh Heads (?). A pontuação era dada por insanidade. O drop (descida da onda, em ‘surfês’) mais radical ganhava mais pontos. Lembro que era a última onda e que a praia não tinha muitas belezas naturais. Era uma praia de tombo, o máximo que consegui lembrar e anotar em meio à madrugada (atendendo a um chamado do faminto Vicente).

Então, veio a minha onda. Era grande. ‘Botei para baixo’ numa massa de água considerável (só de lembrar já dá medo!). Então, coloquei os pés na prancha e joguei algo lá de cima nas costas de alguém que estava na frente, remando para pegar a onda no meu lugar. Desci a onda, caí e levei uma “vaca” e tanto. (“Vaca”, em surfês, quer dizer um caldo bem dado.) Lembro de rolar na areia junto com a espuma branca da onda, até raspar na areia. Levantei e levei a pontuação. Fiquei em terceiro lugar, com 900 e poucos pontos, atrás de alguém com 970 e do campeão com mais de 1000 pontos. Mas ainda não havia acabado a competição. Em seguida, o Vicente chamou. Antes da última onda.

Com certeza, esse sonho daria uma sessão de terapia (se eu não tivesse me dado em alta depois de um ano! Podia ter uma ‘fast terapia’. Tipo: uma sessão só para desvendar sonhos como esse).

Acabei de procurar Raleigh na wikipedia. Raleigh é o nome de uma praia na… Austrália. Raleigh também é uma grafia encontrada para Rayleigh Wave, um tipo de onda sísmica, observada em terremotos. Raleigh é ainda o sobrenome de um escritor inglês (Walter), que era poeta, soldado, cortesão e explorador. Caramba, alguém aí tem o telefone de um psicólogo?!? Pelo menos uma coisa eu entendo desses sonhos: preciso surfar mais!

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Liberdade e endorfina

“A espécie humana não aceita lidar com a realidade.” – T.S. Eliot

Ontem li uma matéria na revista Trip que perguntava para as pessoas qual tinha sido o momento em que elas haviam sido mais livres. Lembrei de alguns momentos na hora e de outros depois. Mas só há pouco caiu a ficha do momento em que me senti mais livre. Meu amigo Marcelo, que vai casar nesse final de semana (e está deixando a ‘liberdade’ para trás, na visão de alguns, mas não na minha), deve lembrar.

Estávamos em uma surftrip no Farol de Santa Marta, em Santa Catarina. Para quem nunca foi para lá, o farol me lembra a imagem dos filmes de Hollywood sobre a Baja California. Uma vegetação meio rasteira com bastante areia para todo o lado. Só faltariam aqueles fuscas com rodão, que não por acaso se chamavam Baja. É um lugar atípico no litoral de Santa Catarina, que é farto em vegetação da Mata Atlântica. Tem uma paisagem lunar, com praias belíssimas. Uma delas, a Galheta Norte, é a que a gente estava nesse dia.

A viagem desde Porto Alegre durou 3 horas e meia. Fomos  no Uno Mille preto de guerra, com vários quilômetros rodados atrás da onda perfeita. Fomos direto para a praia, depois de ultrapassar as dunas que teimavam em invadir a estrada de terra. Não havia absolutamente ninguém. Era um final de tarde. Ainda deveria ter no máximo mais 30 minutos de surfe. Desci do carro, olhei para um lado: só mar. Olhei para o outro: um morro verde, enorme. Olhei para trás, algumas casas, quase soterradas pela areia, todas fechadas. Olhei para o outro lado, a imensidão da baía que se perdia centenas de metros adiante. Tive uma vontade súbita de gritar e pular. Uma catarse estimulada pela sensação gostosa de estar ao ar livre. Um minuto de insanidade, com gritos, pulos e uma euforia inexplicável.

Um dia desses ainda vou encontrar um pouco dessa substância que meu cérebro gerou naquele momento. Endorfina pura. Tá quase ali com a sensação de uma onda bem surfada. O problema é experimentar essa sensação uma vez. A vontade de encontrar de novo fica sempre, sempre por ali.

Lembrei disso esses dias, quando o Gutão disse que o espaço em casa era muito curto e que isso era ruim porque ele queria correr muito. “Não pode ter nada ali”, disse apontando para o sul, “nem ali, nem ali, nem ali”, virando o braço para leste, norte e oeste. “Quero correr, correr, correr. Para todas as direções.”

____________

Mais uma do Gutão: cheguei em casa hoje, falei com a Ju, com o Zé, amigo nosso e colega dela e fui para o quarto dar um alô para ele. Disse, com a maior cara de quem esperava eu entrar no quarto: “Papai, tava pensando em você. Vi uma foto sua e te lembrei!

Parabéns para meu irmão Brunildo, que fez 29 anos hoje e se diz mais experiente! Dá-lhe, cineasta!

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Caminho

As pequenas pernas brancas e finas correm firmes ladeira abaixo. Um calção azul escuro e uma camisa manga clara com detalhes escuros. Meias do Ben 10 forrando um par de tênis em diferentes matizes de cinza. E uma farta cabeleira castanho claro emoldurando uma pele branquinha, branquinha. Tudo agitadamente em harmonia. A cabeça ligeiramente desproporcional como em qualquer criança. De repente, um dos dois novos superpoderes é acionado: o da Velocidade Máxima. Pé após pé desviando das imperfeições da calçada. Será que vai aguentar longas sessões de surfe essa pele branquinha? Será que não vai tropeçar na pedra saliente que divide mais uma frente de casa da
outra, no mosaico de calçadas da sinuosa rua com quadras tao extensas quanto o seu próprio nome? Sim. Não. Futuro se mistura com presente no cuidado com os filhos. Imagens mágicas que já entalharam na memória, temperadas com sabor de amora. Ah, descobrimos uma nova amoreira no caminho. E largas escadarias. Em dias de frio a caminhada é mais leve. O cinza do céu se confunde com o cinza dos prédios. As árvores florescentes revelam a primavera. Ah, nem é tão cinza assim. É amarelo, lilás e vermelho. Às vezes com cheiro de begônia. Ao fundo  o latido dos cachorros que apelidamos de ‘maletinha’ e ‘maletão’, os ferozes guardiões de um portão. Um vira-lata, outro dobermann. De vez em quando, enganamos eles. Vamos pelo outro lado da rua. Mas lá o poder da velocidade máxima não funciona tão bem. Afinal, na ladeira é mesmo mais difícil correr.  Não importa. A força total dá um empurrão extra. É o outro superpoder – esse ideal para vencer os inimigos. E também para enfrentar os dias de calor, quando o caminho fica mais longo. E a pele branquinha fica rosa, com bochechas para lá de vermelhas…

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E aí, veterano?

Cabeça-feita. No dicionário dos surfistas define o estado de espírito depois de uma sessão boa de surfe. Nem precisa ser das melhores – e frequentemente não acontece assim. Algumas poucas e boas ondas em um dia de vento maral (que vem do mar e estraga a formação das ondas) foram suficientes para isso hoje. Saí do mar depois de duas horas e fiquei esperando meu amigo Leandro e a namorada Talita aparecerem perto do carro, como combinamos. (Senti uma saudade danada de quando íamos eu e Ju para Ubatuba, no Félix, ou Juqueí, namorar na praia. Logo vamos de novo. Agora com quatro no carro!) 

Demorou um pouco até o Leandro – que conheceu hoje o Guarujá e diz que ia transformar isso em ‘lifestyle’ apareceu. Sem a chave do carro, que estava a uns 200 metros de distância. Passamos em frente ao campeonato que, para variar, fechava metade da extensão da praia do Tombo para quem não estava competindo. Eis que bem na frente do palanque um sujeito me aborda. Deve ter visto meu ‘bronzeado’ de meses sem praia, e algumas entradas no cabelo e mandou: “E aí, veterano, quer cobrar filmes de surfe?”, perguntou enquanto tirava vários CDs debaixo do braço, todos sem capa e com a maior cara de produção caseira. “5 reais cada um.” Mandei um obrigado e 2 segundos depois, Leandro não perdoou: “Fala, Veterano!”. Demos boas risadas enquanto eu refletia sobre o ‘feedback’ e lembrava que fiquei duas horas dentro da água que pareciam quatro… Fora de forma, com 32 anos, não é fácil surfar! Veterano total…

Já em São Paulo, na padaria, a caixa fala: “Tome seu troco, garoto.” Curiosas as perspectivas. Engraçado como não me identifiquei com nenhuma das duas…

Só sei que em duas horas dentro da água, não lembrei por nenhum mísero momento da crise financeira. Além da desconexão mental da rotina (conexão total com o mar), o surfe dá o privilégio de interagir com vários elementos da natureza.

Pés embaixo da água, sol na pele, vento no rosto. Isso faz uma falta do caramba no dia-a-dia.

Sonho com o dia de surfar a primeira onda com o Augusto e  com o Vicente.

E sonho também quando fico a partir de três semanas sem surfar. Sonhos recorrentes. De lugares desconhecidos, porém familiares. As imagens fundem dois ou três lugares que já conheço. Hoje mesmo misturava a parte sul da Ilha de Barbados, com um trecho da Playa Negra, na Costa Rica. Nunca consigo surfar. Hoje mesmo, as ondas diminuíram muito no sonho. Outras vezes não tenho cordinha da prancha. A quilha quebra. O vento aperta. Não encontro a entrada da praia. Enfim, muitas metáforas. Minha ex-psicóloga ia gostar disso. Pena que me dei alta antes de ela poder ouvir! Um amigo já disse: o surfe é minha terapia…

Realidade dentro do sonho. Ou sonho dentro da realidade?

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