Arquivo da categoria: Comunicação

Uma playlist de TED Talks sobre redes

No final do ano passado dei uma aula sobre o movimento do TED e do TEDx no mundo num curso sobre redes. Preparei uma lista de 10 TED talks para a turma. Compartilho aqui:

Clay Shirky: Institutions vs. collaboration – http://www.ted.com/talks/clay_shirky_on_institutions_versus_collaboration.html

Misha Glenny investigates global crime networks

Nicholas Christakis: The hidden influence of social networks

Nicholas Christakis: How social networks predict epidemics

Sugata Mitra

Mitchell Besser: Mothers helping mothers fight HIV

Melinda French Gates: What nonprofits can learn from Coca-Cola

Ethan Zuckerman: Listening to global voices

Sebastian Seung: I am my connectome

Thomas Thwaites: How I built a toaster — from scratch

Sherry Turkle: Connected, but alone?

3 Comentários

Arquivado em Comunicação, Uncategorized

Amazônia tóxica, o documentário

Zé Cláudio na frente da Castanheira (foto de Felipe Milanez)

Logo depois que o Zé Cláudio morreu, apesar de ter avisado no palco do TEDxAmazônia que isso ia acontecer, nosso amigo Indiana Jones, o jornalista Felipe Milanez, estava lá, onde Zé Cláudio morava, para ajudar os que tinham ficado. Tarimbado e frequentador assíduo da Amazônia, Felipe conhece a região como poucos. Conhecimento que foi bem aproveitado na realização do filme Amazônia, na série Toxic, da Vice. Aí está contada em alguns detalhes a história da morte de Zé Cláudio e sua esposa Maria, o aumento do arco de desmatamento, a viagem por quilômetros e quilômetros de estrada em áreas devastadas até o depoimento fascista de um deputado que acha que as pessoas que defendem a floresta estão atrapalhando o desenvolvimento do Brasil.

Enfim, um show de horror de dar vergonha alheia.

(Este documentário vem em boa hora no momento em que a discussão de Belo Monte está muito quente. Aliás, quem não viu, precisa conhecer a campanha abaixo do Movimento Gota D’Água. Muito bem executada e já com bons resultados!)

Deixe um comentário

Arquivado em Comunicação, Sustentabilidade

Como foi o TEDGlobal em Edimburgo

Na semana passada, estive em Edimburgo, para acompanhar o TEDGlobal.

Além da tradicional cobertura em twitter (abaixo), fiz um post para cada dia de evento no site Papo de Homem.

Segue aqui o registro com os links para cada um dos dias:

[TEDGLOBAL] NOTÍCIAS DE EDIMBURGO – PARTE 1

[TEDGLOBAL] NOTÍCIAS DE EDIMBURGO – PARTE 2

[TEDGLOBAL] NOTÍCIAS DE EDIMBURGO – PARTE 3

[TEDGLOBAL] NOTÍCIAS DE EDIMBURGO – PARTE 4

 

E aí vão os tweets da cobertura do evento:

  • RT @TEDNews: Chris Anderson: It’s a beautiful truth that all knowledge is connected. And now: It’s time for #TED!
  • RT @bilalr: #TEDGlobal’s 1st speaker @LeeCronin asks “what is life? can we make matter alive? where did life come from? came from stuff”
  • RT @jobsworth: From the selfish gene to selfish matter. Making dead stuff come alive. Cronin at #TEDGlobal
  • A vida demorou milhões de anos para surgir. Estamos propondo fazer isso em algumas horas. @leecronin #TEDGlobal
  • RT @richny: the chance that non-carbon based life is existing on other planets is 100%, says Cronin #TED
  • Now, Annie Murphy Paul on Stage to speak about learning. #TEDGlobal
  • Os anos mais importanes para o aprendizados são os primeiros. Na verdade, começarmos a aprender no útero. #APMurphy #TEDGlobal
  • “We are learning about the world even before we enter”Annie Paul Murphy #TEDGlobal
  • Os bebês reconhecem músicas de shows na TV que as mães assistiam enquanto ainda estavam no útero. @anniemurphypaul #TEDGlobal
  • RT @richny: fetuses also learning taste and smell in the womb, says @anniemurphypaul #TED
  • “Os fetos incorporam as emoções das mães ainda no útero para formar sua personalidade” Mantenham a calma, mamães! 😉 #TEDGlobal
  • Suffered it when adults RT @richny: Dutch “hunger winter of 1944-5” affected 40,000 fetuses in utero, says @anniemurphypaul Annie Paul #TED
  • Review no NYTimes sobre o trabalho de @anniemurphypaul http://nyti.ms/d6kDh9 #TEDGlobal
  • “Cientistas pesquisaram filhos de mães afetadas pelas mortes nas torres gêmeas e descobriram que o pós-trauma afetou bebês”. #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: @AnnieMurphyPaul #TEDGlobal: This isn’t about blaming women 4 what happens in pregnancy. It’s about how to best promote health.
  • Now, Rebecca MacKinnon – http://en.wikipedia.org/wiki/Rebecca_MacKinnon #TEDGlobal Being very ironic about Apple and censorship
  • .@rmack mostrou esse video http://bit.ly/G0KdI s/ libertadade da informação e contrapôs a atos de censura recentes da Apple #TEDGlobal
  • RT @brainpicker: “What people can and cannot do with information has more effect than ever on the exercise of power in the world.” @rmack
  • A soberania do ciberespaço. Quem está no controle mesmo? líderes dos países ou corporações? #TEDGlobal @rmack
  • RT @TEDNews: .@RMack at #TEDGlobal: We do not have good answers for balancing security and free speech on our digital networks.
  • . @rmack shows now the world map of social networks. Facebook is gonna rule the world >> http://bit.ly/15xHQi #TEDGlobal
  • The most important thing to ask now is how to make sure that the internet evolves in a citizenship-centric manner @rmack #TEDGlobal
  • RT @richny: we need a broader and more sustained internet freedom movement, says MacKinnon #TED
  • how can we hold power accountable on the internet? @rmack #TEDGlobal
  • RT @brainpicker: “We’ve a vital part to play in building a world in which government+tech serve the world’s people, not other way around.”
  • uma voz impressionante RT @TEDNews: The glorious @DanielleDeNiese is singing — Chris calls her “the voice that launched a thousand ideas!”
  • Unequal societies is where you find the biggest social problems. @TEDchris #TEDGlobal
  • Now Richard Wilkinson – Life expectancy in rich countries is no longer related to National income per head” #TEDGlobal
  • Review do Guardian sobre livro de Richard Wilkinson – http://bit.ly/IAKWM #TEDGlobal
  • “The national wellbeing of our societies is not anymore related to national income per head” – Richard Wilkinson #TEDGlobal – this is huge
  • RT @jobsworth: Richard Wilkinson: people in more unequal societies trust each other less. 15% in unequal, 60% in less unequal #TEDGlobal
  • Mental illness is more common in more unequal societies – Richard Wilkinson #TEDGlobal
  • Social mobility is lower in more unequal countries – Richard Wilkinson #TEDGlobal
  • Se os americanos querem viver o sonho americano, eles deveriam ir para a Dinamarca. – Richard Wilkinson #TEDGlobal
  • Inequality is a social pollution – Richard Wilkinson #TEDGlobal
  • Vale ler artigo de Andre Lara Resende s/ desigualdade e bem-estar em linha c/ fala de Richard Wilkinson – #TEDGlobal http://bit.ly/pBYCYU
  • RT @richny: we can improve the real quality of human life by reducing the differences between us, says Wilkinson #TED
  • Sustainability is much easier to reach if you reduce the inequalities – Richard Wilkinson #TEDGlobal
  • Now Philip Blond, english political thinker, http://bit.ly/pTw1zd , speaking about fragmentation of society #TEDGlobal
  • Western societies are no longer capable of producing good groups, therefore no good individuals – Philip Blond #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: Phillip Blond at #TEDGlobal: If you want to tackle evil, you have to name it: asset inequality, the destruction of society.
  • Hassan Elahi , media artista, now on stage at #TEDGlobal. Talking about privacy. http://elahi.umd.edu/
  • RT @brainpicker: Hasan Elahi is the subject of the book Bursts: The Hidden Pattern Behind Everything We Do http://j.mp/pgJDoZ #TEDGlobal
  • Hasan Elahi caiu na lista do FBI por engano e ele decidiu tornar pública a vida dele para facilitar a vida do FBI #TEDGlobal elahi.umd.edu
  • RT @kmgong: #TEDGlobal Hasan Elahi’s live tracking site: http://bit.ly/XAyI7. You can actually see that he is at #TEDGlobal.
  • Now, Maajid Nawas on stage. Anti-extremist activist. http://www.quilliamfoundation.org/maajid-nawaz.html #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: Maajid Nawaz: In history, identity was defined by religion/race. Now it’s the age of behavior, defined by idea and narratives.
  • “We’re all creating an archive of our own lives, whether we’re aware of it or not.” Hasan Elahi #TEDGlobal (via @brainpicker)
  • movimentos sociais são feitos de ideias, narrativas, símbolos e líderes – Maajid Nawas #TEDGlobal
  • Democracy will grow when not imposed, but stimulated to grow as grassroots movement. Maajiz Nawaz #TEDGlobal (great talk)
  • RT @TEDNews: Maajid Nawaz: People should vote IN an existing democracy, not FOR a democracy #TEDGlobal
  • Agora, Justin Hall-Tipping vai falar sobre nanoenergia #TEDGlobal
  • E se os maiores problemas que temos pudessem ser resolvidos nos menores lugares? Justin Hall-Tiipping sobre nanotech #TEDGlobal
  • E se controlássemos a essência da energia, o elétron? Justina Hall-Tipping #TEDGlobal The power plant of tomorrow is no power plant.
  • RT @richny: Justin HT at #TED says carbon nanotube 1,000 x more conductive than copper…can be reflective or allow energy to go thru window
  • RT @TEDNews: Justin Hall-Tipping: Energy — clean, efficient energy — will one day be free #TEDGlobal
  • J. Hall-Tipping turns emotional w/ picture that he carries for 14 years of a girl dying thirsty: “by every means this is wrong” #TEDGlobal
  • Now the video of a man flying with personal wings. The jetman! http://www.youtube.com/watch?v=j-66AcTo9TU Yves Rossi #TEDGlobal http://www.jetman.com
  • yves rossi and his invention: “it really feels to be a bird” #TEDGlobal http://lockerz.com/s/119476478
  • O Jetman Yves Rossi voa a 300 km/hora! http://www.youtube.com/watch?v=j-66AcTo9TU http://www.jetman.com #TEDGlobal
  • RT @richny: Rossy uses four kerosene engines and has two parachutes #TED
  • Yves Rossi continua voando se um dos quatro motores falha e tem páraquedas para ele e para as asas. #TEDGlobal http://www.jetman.com
  • RT @itsanjali: “Always have a Plan B.” “Respect of a pioneer in front of Mother Nature.” #jetman #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: Israeli singer/songwriter Asaf Avidan blends folk rock and blues http://mymojolove.com/ #TEDGlobal
  • really really good “@mickyates: Asaf Avidan – a voice like Joplin – amazing @asafmojo #TEDGlobal … Album at j.mp/pUpGhi”
  • agora a brasileira Julia Bacha no #TEDGlobal . É + uma entre + de 20 amigos brasileiros por aqui. Estamos nos globalizando!!
  • Filmmaker Julia Bacha works to peacefully end the conflict between Israelis and Palestinians. justvision.org/budrus #TEDGlobal
  • Julia Bacha: I spend my days filming dozens of Palestinians using nonviolence, but most of you have never heard of them. #TEDGlobal
  • nada assusta + as forças armadas do q 1 manifestação pacífica – frase no documentário de Julia Bacha s/ palestina #TEDGlobal
  • Julia Bacha: What’s missing for nonviolence to grow: for us to pay attention to Palestinians already adopting nonviolence. #TEDGlobal
  • Julia Bacha: To end conflict in the Middle East, transform nonviolence into a functional behavior by giving it attention. #TEDGlobal
  • Julia Bacha: Even an independent film can transform nonviolence into a functional behavior. Imagine what mainstream media could do#TEDGlobal
  • session 3 – coded patterns about to start #TEDGlobal – letscolourproject.com shown. must see video
  • o físico geoffrey west está no palco agora. a cada semana as cidades terao 1 milhao de pessoas a mais até 2050 #TEDGlobal
  • very few cities fail, all companies does – why? geoffrey west #TEDGlobal
  • as geofry west is saying, look at this – what if the hamster grew like economy does – youtube.com/watch?v=Sqwd_u… #TEDGlobal
  • dobrar o tamanho das cidades aumenta em 15% tudo: coisas boas e más. gente criativa, renda, crimes, doenças etc – geoffrey west #TEDGlobal
  • Geoffrey West: There are laws for organisms because they are made of networks. Is the same true of cities and corporations? #TEDGlobal
  • shoguei shigematsu no palco agora sobre arquitetura dentro da caixa. pensando dentro da caixa também é bom #TEDGlobal
  • great work of shohei shigematsu: boxes over boxes in jersey city worldarchitecturenews.com/index.php?fuse… #TEDGlobal
  • kevin slavin diz que vivemos no mundo dos algoritmos – areacodeinc.com/people/kevin-s… #TEDGlobal
  • kevin slavin is showing murmuration’s video in his talk youtube.com/watch?v=8vhE8S… #TEDGlobal
  • Shohei Shigematsu insight: “reboxing the box” worldarchitecturenews.com/index.php?fuse… #TEDGlobal
  • heroes! “@TEDNews: Kevin Slavin at #TEDGlobal: Algorithms acquire truth, they calcify and become real.”
  • allan jones do allen institute está fazendo um mapa do cérebro humano alleninstitute.org/about_us/staff… #TEDGlobal
  • Allan Jones: 20% of the blood pumped from your heart is surfaced on your brain. #TEDGlobal
  • distributed contributes to their function. #TEDGlobal
  • Allan Jones: There are about 86 billion neurons in our brain — how they’re
  • Allan Jones: Brain map is freely available for anyone to download and use in research. #TEDGlobal
  • Balazs Havasi has the Guinness record for being the fastest pianist in the world. Playing now at #TEDGlobal.
  • RT @brainpicker: It’s here! Highlights from #TEDGlobal “The Stuff of Life,” Day One, in exclusive photos and soundbites http://j.mp/nBizqt
  • Bom-dia/good morning – começou sessão 4 do #TEDGlobal. O historiador Niall Ferguuson está no palco.
  • A gde maioria das 106 bilhões de pessoas que viveram no planeta já morreram. A maioria na Ásia e a maioria pobre. #TEDGlobal N. Ferguson
  • Niall Fergusson falando agora sobre os experimentos entre comunismo e capitalismo na Alemanha e Coréia. Qual foi o melhor? #TEDGlobal
  • Na Alemanha Oriental, construíram Trabants, um dos piores carros ever, e na Alemanha Ocidental, Mercedes-Benz. Simplista, mas… #TEDGlobal
  • Niall Ferguson’s The Ascent of Money, a BBC financial history of the world, is free online http://j.mp/kMvQDR #TEDGlobal (via @brainpicker )
  • RT @richny: Average Korean today works 1000 hours a year more than Germans, says Ferguson #TED
  • Os EUA eram 20 vezes mais ricos q os chineses e agora são 5 vezes. Niall Ferguson e o fim do domínio ocidental. #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: Niall Ferguson at #TEDGlobal: It’s quite hard to transition to democracy before you’ve established private property rights.
  • “I am not talking about the rising of east, but the rise of the rest. Brazil has a very bright future indeed.” Niall Ferguson #TEDGlobal
  • Yasheng Huang pergunta se a democracia ajuda ou atrapalha o crescimento econômico. Vai falar de China e Índia. #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: Yasheng Huang at #TEDGlobal: Infrastructure does not guarantee economic growth. It is a result, not a cause.
  • A grande vantagem da China sobre a Índia é a educação (human capital). Yasheng Huang #TEDGlobal
  • Agora, o economista @timharford falando sobre o lado oculto da economia nas experiências diárias. Freakonomics generation… #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: .@TimHarford at #TEDGlobal: Show me a complex system that works, and I’ll show you a system that evolved through trial & error.
  • Cerca de 10% dos negócios nos EUA desaparecem a cada ano. A evolução pela tentativa e erro. @TimHarford #TEDGlobal
  • Até qdo vamos ter que falar de tentativa e erro p/ acabar c/ o complexo de Deus? É difícil admitir nossas fraquezas. @TimHarford #TEDGlobal
  • It is very difficult to make good mistakes. “@TimHarford #TEDGlobal
  • .@TimHarford fez uma grande apresentação sobre tentativa e erro. Prato cheio para empreendedores! #TEDGlobal
  • Just sitting besides @brainpicker without knowing it! I am a big fan of Maria Popova’s work. #TEDGlobal
  • Agora, Josette Sheeran do World Food Program, que serve 40 bilhões de refeições por ano. #TEDGlobal http://bit.ly/rhwUvw
  • A cada 10 segundos uma criança morre de fome. Mais do que malária, Aids e Tuberculose somadas. Josette Sheeran #TEDGlobal
  • Uma em cada 7 pessoas do mundo sente fome. Josette Sheeran #TEDGlobal
  • “Why do we have a billion people that can’t find food?” Josette Sheeran #TEDGlobal
  • RT @RichMulholland: In the 18-minutes it takes for Josette Sheeran to deliver her powerful #TEDGlobal talk, 108 kids will die of starvation.
  • .@JosetteSheeran desenvolveu um pacote de comida que custa 17 centavos de dólar e pode acabar com a desnutrição. #TEDGlobal
  • O tema da fome é recorrente. É sempre chocante ver imagens de crianças morrendo de fome. Como aceitamos isso como algo normal? #TEDGlobal
  • RT @LeonardoEloi: Josette Sheeran applies tech feeding solutions, figures and facts to fight successfully against hunger #TEDGlobal
  • Bolsa-família global? RT @volneyf: Josette Sheeran fala da inovação com ‘digital food’ – resgatar vales para se adquirir alimento #TEDGlobal
  •  .@JosetteSheeran diz que o Brasil está acabando com a fome mais rápido que em qualquer nação do mundo agora. #TEDGlobal
  • Agora falando Svante Paabo. Ele explora a evolução humano sequenciando DNA extraídos de ossos de nossos ancestrais. #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: “From a genomic perspective, we are all Africans.” — Svante Paabo at #TEDGlobal
  • “Se olharmos para órgãos internos, sem interação com o ambiente, não dá para saber a origem de alguém” Svante Paabo #TEDGlobal
  • “Neandertais são mais parecidos geneticamente com europeus e chineses do que com africanos” Svante Paabo #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: Svante Paabo: When humans emerged, they were not alone on the planet. There were other humans: the Neanderthals #TEDGlobal
  • A pergunta de Svante Paabo: “os humanos se misturam com os neandertais”? #TEDGlobal Svante Paabo
  • Aqui o trabalho de Svante Paabo – http://bit.ly/nUyBvd #TEDGlobal
  • “Language is a piece of technology to rewire each other’s minds”. Mark Pagel #TEDGlobal
  • “Language are our genes talking, getting the things they want” Mark Pagel #TEDGlobal
  • “Language is the most subversive tool we have.” Mark Pagel #TEDGlobal
  • O que nos diferencia dos chimpanzés é a capacidade de uns aprenderem com os outros pelos erros, acertos e sabedoria. #TEDGlobal Mark Pagel
  • RT @brainpicker: Mark Pagel: Social learning is visual theft – watching and learning from others’ mistakes, stealing ideas. #TEDGlobal
  • “Language evolved to solve the crisis of visual theft, to coordinate our activities” Mark Pagel #TEDGlobal
  • Mark Pagel: “current there are 7,000 or 8,000 languages spoken around the world” #TEDGlobal
  • “we can’t have sex to people we can’t talk to” Mark Pagel #TEDGlobal
  • Excelente palestra de Mark Pagel sobre como a linguagem é ferramenta de colaboração e ao mesmo de separação (barreira do idioma). #TEDGlobal
  • “Our destiny is to be one world, with one language” – Mark Pagel #TEDGlobal – serious issue….not sure.
  • Video playing on stage now: http://www.youtube.com/watch?v=kkGeOWYOFoA by Cristobal Vila #TEDGlobal
  • Elisabeth Murchison estuda um tipo desconhecido de câncer que está dizimando o marsupial Diabo da Tasmânia #TEDGlobal http://bit.ly/nZuMLJ
  • indeed RT @orientalist: Scary thought: cancer can be contagious. By Elizabeth murchison #tedglobal
  • EMurchison #TEDglobal “Tasmanian cancer spreads independently of the host and threatens an entire species” via @mickyates
  • Elizabeth Murchison gives a talk about cancer transmitted as virus that makes me think: “Fears worth spreading”? #TEDGlobal
  • Cynthia Kenyon conseguiu dobrar a vida do verme C Elegans com um experimento. #TEDGlobal http://kenyonlab.ucsf.edu/
  • RT @TEDNews: Human FOXO3A DNA variants are associated w/ exceptional longevity in populations from all over the world. C Kenyon #TEDGlobal
  • Matt Riddley is the rational optmist, but his session is causing me fear: virus, cancer, one language, living forever… #TEDGlobal
  • Agora, o artista Joe Castillo vai fazer uma apresentação incrível com areia. Vale conhecer: http://www.joecastillo.com/
  • Karol Bordeaux estuda pequenas variáveis e políticas que estimulam a economia http://bit.ly/qFDyxR #TEDGlobal
  • Session 7 começando agora. #TEDGlobal Daniel Wolpert estuda como o cérebro controla o corpo. wolpertlab.com
  • Daniel Wolpert: nosso cérebro mapeia os movimentos do corpo e corrige as percepções. Por isso não podemos nos fazer cócegas. #TEDGlobal
  • Sheril Kirshenbaum estuda a ciência do beijo – #TEDGlobal
  • O cara tem 23 anos! RT @TEDNews: Péter Fankhauser’s Rezero robot is dancing to techno music on the #TED stage. #TEDGlobal
  • RT @21Tanks: Check out Rezero, the ballbot robot: http://www.rezero.ethz.ch/project_en.html #TEDGlobal
  • Just saw @virtualmagician do a cool show at #TEDglobal – his website: marcotempest.com
  • Jae Rhim Lee: The Infinity Burial Project uses mushrooms to decompose, clean bodies of toxins and deliver nutrients to plants. #TEDGlobal
  • Bom-dia! Dia 3 do #TEDGlobal já começou. Agora no palco Yang Lan, a Oprah da China, só que com muitos mais milhões de espectadores!
  • O usuário mais popular de microblog na China tem mais de 9,5 milhões de seguidores. #TEDGlobal #Yang Lan
  • RT @richny: Yang Lan: 30 million more young men than women, due to selective abortions under one-child policy #TED
  • Na China, em média, um casal leva 30 anos para comprar um apto. Nos EUA são 15. Yang Lan #TED
  • Yang Lan: “Os jovens chineses estão cobrando mais justiça social e accountability do governo” #TEDGlobal
  •  “é melhor chorar num BMW do que sorrir de bicicleta” Yang Lan sobre a visão de alguns jovens chineses #TEDGlobal – assustador
  • “vamos sacrificar o meio ambiente para crescer nosso PIB?” perguntou Yang Lan, a Oprah da China no #TEDGlobal
  • pesquisa de um site chinês com 1350 pessoas: 6% feliz; 48% infeliz; o resto mais ou menos ou não sabia. Yang Lan #TEDGlobal
  • Agora no palco Nadia Al-Sakkaf, editora do único jornal independente de língua inglesa no Iêmen #TEDGlobal
  • “A maioria das mulheres no Iêmen está atrás dos véus ou das portas” – Nadia al-Sakkaf #TEDGlobal
  • RT @TEDchris: “You fear what you don’t know and you hate what you fear.” Inspiring Yemeni media owner Nadia Al-Sakkaf #tedglobal
  • Bunker Roi é um educador, fundador do Barefoot college, que ajuda comunidades rurais a serem auto-suficientes #TEDGlobal
  • O site do Barefoot college é bacana: http://www.barefootcollege.org/ Tem uma pegada meio Tião Rocha, um gde educador. #TEDGlobal
  • “Quando a taxa de analfabetismo está muito alta, usamos fantoches para ensinar” Bunker Roy #TEDGlobal
  • “The puppets are made of recycled World Bank Reports” – Bunker Roy – #TEDGlobal – This is fine irony!
  • Don’t look for solutions outside. Look for solutions within. Listen to the people on the ground. They know how to do it. #TEDGlobal B Roi
  • RT @jobsworth: First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you. And then you win. Gandhi, quoted by Bunker Roy #TEDGlobal
  • Alain de Botton no início da sessão 9 no #TEDGlobal – http://www.alaindebotton.com/
  • “A arte deve ser uma das ferramentas para melhorarmos a sociedade. A Arte deve ser didática” – Alain de Botton #TEDGlobal
  • “Você pode não concordar com o que as religiões falam, mas olhe como elas espalham ideia. Temos q aprender com elas.” A de Botton #TEDGlobal
  • RT @brainpicker: “Why does the sense of mystery about the universe have to be accompanied by a mystical feeling?” De Botton #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: De Botton: “Religion’s ideas are so intelligent, so subtle, they’re not fit to be abandoned to the religious alone.” #TEDGlobal
  • Atheism 2.0 – a kind of wiki project utilising “the good things” of religions. Alain de Botton #TEDGlobal via @ralphtalmont cc: @dkeichi
  • Paul Snelgrove, biológo marinho, falando sobre o projeto de censo da vida marinha. Trabalho de fôlego: http://www.coml.org/ #TEDGlobal
  • RT @richny: Paul Snelgrove at #TED: Oceans cover 70% of planet, produce half of new life and half of oxygen on earth
  • RT @richny: We know more about surface of moon and Mars than we do of bottom of the oceans, says Snelgrove at #TED
  • RT @TEDNews: Paul Snelgrove: “The grand challenge is to preserve what’s left… As the oceans go, so shall we.” #TEDGlobal
  • RT @connollypat: Marine Life Census: Only 9% of all sea life is currently known. #TEDGlobal
  • pessoal da sustentabildiade, Pavan Sukhdev para falar sobre o fim da invisibilidade econômica da natureza. #TEDGlobal
  • RT @TEDNews #TED has dozens of amazing talks on the #ocean, collected here: http://on.ted.com/OceanStories #TEDGloba
  • RT @TEDNews: Pavan Sukhdev: “Bee’s pollination is worth $190 billion. But when did a bee ever give you an invoice?” #TEDGlobal
  • “Quando usamos o PIB para medir a economia, não avaliamos o que há de mais importante: o ecossistema” Pavan Sukhdev #TEDGlobal
  • “quando medimos o lucro das corporações, não avaliamos o impacto no meio ambiente” Pavan Sukhdev #TEDGlobal
  • Problemas ambientais: “nossa falta de habilidade para perceber a diferença entre benefícios públicos e lucros privados”- Sukhdev #TEDGlobal
  • “nao podemos gerenciar o que não podemos medir” Pavan Sukhdev sobre a relação com os recursos naturais #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: Pavan Sukhdev: We’ve made an ethical choice in our society to not have coral reefs. #TEDGlobal
  • Alison Gopnik vai falar sobre o funcionamento da mente de bebês e crianças. #TEDGlobal Aqui s/ trabalho dela: http://bit.ly/asjG5A
  • Alison Gopnik :”Os cérebros dos bebês são provavelmente o computador mais poderoso de aprendizado no planeta” #TEDGlobal
  • Como é ser um bebê? “Estar apaixonado em Paris pela primeira vez depois de ter tomado 3 expressos duplos!”- Alison Gopnik #TEDGlobal
  • Agora, o psicólogo Paul Bloom, que estuda o senso comum e nosso entendimento sobre o mundo. http://bit.ly/mZWSa2 #TEDGlobal
  • “Estudos dizem que se vc achar que está bebendo vinho caro, ele vai parecer melhor.” Paul Bloom #TEDGlobal
  • sobre o prazer, Paul Bloom falou sobre este experimento incrível c/ violinista Joshua Bell http://bit.ly/hwTH34 #TEDGlobal
  • Paul Zak, economista, vai falar sobre o hormônia oxitocina e como está ligado à confiança e tb pq amor é bom para negócios. #TEDGlobal
  • “Queria descobrir se existia a mólecula moral. Descobri que existe: é a oxitocina.” Paul Zak #TEDGlobal
  • “onde existe mais confiança, existe mais prosperidade. Temos uma ‘confiança biológica'” Paul Zak #TEDGlobal
  • “Weddings cause a raise in oxitocin. First in the bride. Mother is second!” Paul Zak #TEDGlobal
  •  “Para aumentar os níveis de oxitocina: abraço. Pessoas que abraçam mais, têm mais oxitocina e são mais felizes.“ Paul Zak #TEDGlobal
  • Todd Kuiken estuda biônica e próteses que se conectam o sistema nervoso. #TEDGlobal http://bit.ly/po6VyD
  • RT @TEDNews: Todd Kuiken: Patient Jesse’s brain re-wired itself. Interpreting touch on the chest as coming from the missing hand. #TEDGlobal
  • RT @TEDNews: FKuiken w/ patient Amanda Kitts on stage. (Lost her left arm in a car accident.) Now she’s fitted with a robo-prosthetic.
  • Impressionante o trabalho da prótese biônica de Todd Kuike que funciona com transferência de nervos e traz de volta sensações #TEDGlobal
  •  Rolou um TED burnout aqui no último palestrante do dia! 😉 (o cérebro frita em determinado momento) até amanhã. Valeu pela audiência. abs
  •  “Em vez do carro que voa, o avião que pode ser dirigido” – Anne Dietrich #TEDGlobal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 Comentários

Arquivado em Comunicação, Educação, Inspiração, Interdependência, Mundo 2.0, Nova Sociedade, Sustentabilidade

Realidade filtrada

Como você se sente quando tem a impressão que alguém está fazendo as escolhas por você? Ninguém gosta de ser manipulado, pelo menos não conscientemente. O pior é quando isso acontece de maneira inconsciente, filtrando a realidade. Pois esta é a tese de Eli Pariser, que fez uma das melhores falas no TED 2011 (abaixo) e que hoje teve um artigo seu publicado no New York Times e reproduzido no Estadão (veja mais abaixo).

Segundo Pariser, os códigos da internet filtram a informação apresentando aquilo que a pessoa que criou os algoritmos acha mais importante. Uma busca feita no Google do Brasil é diferente daquela feita no Google da China, da República Dominicana ou do Japão. A informação é filtrada pela realidade local. Ou melhor, por aquilo que quem fez o código entende por realidade local. O programador vira o novo editor daquilo que você lê.

Há algum tempo, Nicholas D. Krystof, também do New York Times, publicou um artigo chamado de Daily Me, que falava justamente sobre o filtro da informação (veja aqui um post sobre isso). Mas, neste caso, um filtro pessoal. Cada vez que escolhe acessar um determinado site e assina newsletters com assuntos de seu interesse apenas, você está escolhendo ver o mundo a partir de um ângulo restrito. Por isso a importância de ler os pré-históricos jornais, cujas notícias são filtradas por gente treinada para isso. E não por um programador. Ok, G1, Terra, Uol etc também valem. O importante é não se deixar consumir por uma única visão do mundo. Do contrário, a informação e a realidade filtrada vai ser como fast food: tudo com o mesmo gosto, sem sabor — a fast info.

====

Quando a internet acha que nos conhece

Os gigantes estão correndo para oferecer filtros especializados que nos mostram a rede que acham que devemos ver, controlando e limitando a informação que chega a nossa tela

24 de maio de 2011 | 0h 00
Eli Pariser, The New York Times – O Estado de S.Paulo

Era uma vez, reza a história, uma época em que vivíamos numa sociedade radiodifundida. Naqueles tempos ancestrais pré-internet, as ferramentas para compartilhar informação não eram amplamente disponíveis. Quem quisesse partilhar seus pensamentos com as massas, tinha de possuir uma impressora ou um naco das ondas aéreas, ou ter acesso a alguém que o tivesse. No controle do fluxo de informação estava uma classe de elite de editores, produtores e magnatas da mídia que decidia o que as pessoas veriam e ouviriam sobre o mundo. Eles eram os “guardiães”.

Aí veio a internet, que tornou possível a comunicação com milhões de pessoas com pouco ou nenhum custo. De repente, alguém com uma conexão de internet podia partilhar ideias com o mundo inteiro. Uma nova era de mídia noticiosa democratizada despontou.

O leitor pode ter ouvido essa história antes – talvez do blogueiro conservador Glenn Reynolds (blogar é “tecnologia solapando os “guardiães””) ou o blogueiro progressista Markos Moulitsas (seu livro se intitula Crashing the Gate, “Esmagando o portal”, em tradução livre).

É uma bela história sobre o poder revolucionário do meio e, na qualidade de um antigo praticante da política online, eu a contei para descrever o que fizemos na MoveOn.org. Mas estou cada vez mais convencido de que escolhemos a conclusão errada – talvez perigosamente errada. Há um novo grupo de “guardiães” por aí e, desta vez, eles não são pessoas, são códigos.

Os gigantes de internet de hoje – Google, Facebook, Yahoo e Microsoft – veem o crescimento notável de informações disponíveis como uma oportunidade. Se puderem oferecer serviços que vasculhem esses dados e nos forneçam os resultados pessoalmente mais relevantes e atraentes, eles conseguirão a maioria dos usuários e a maioria das visitas a anúncios. Por conseguinte, eles estão correndo para oferecer filtros especializados que nos mostram a internet que acham que devemos ver.

Esses filtros, aliás, controlam e limitam a informação que chega a nossas telas.

Por enquanto, estamos familiarizados com anúncios que nos perseguem online com base em nossas conexões recentes em sites comerciais. Mas, cada vez mais e de maneira quase invisível, nossa busca por informação está sendo personalizadas também. Duas pessoas que fazem uma busca com a palavra “Egypt” no Google podem receber resultados significativamente diferentes, com base em suas conexões passadas. Mas o Yahoo News e o Google News fizeram ajustes em suas home pages para cada visitante individual. E, no mês passado, essa tecnologia começou a fazer incursões nos sites de jornais como The Washington Post e The New York Times.

Tudo isso é bastante inofensivo quando a informação sobre produtos de consumo é filtrada para dentro e para fora de seu universo pessoal. Mas quando a personalização afeta não só o que se compra, mas como se pensa, surgem questões diferentes. A democracia depende da capacidade do cidadão de deparar-se com múltiplos pontos de vista; a internet limita essa possibilidade quando oferece somente informações que refletem seu ponto de vista já estabelecido. Embora às vezes seja conveniente ver-se apenas o que se quer ver, é decisivo que em outros momentos se vejam coisas que não se costumam ver.

Como os velhos “guardiães”, os engenheiros que escrevem o novo código do portal têm o enorme poder de determinar o que sabemos sobre o mundo.

Mas, diferentemente, dos velhos “guardiães”, eles não se veem como “guardiães” da confiança pública. Não há algoritmo equivalente à ética jornalística. Mark Zuckerberg, o presidente executivo do Facebook, certa vez disse a colegas que “um esquilo morrendo no seu jardim pode ser mais relevante para seus interesses agora do que pessoas morrendo na África”. No Facebook, “relevância” é virtualmente o único critério que determina o que os usuários veem. Fechar o foco nas notícias mais relevantes pessoalmente – o esquilo – é uma grande estratégia de negócios. Mas nos deixa olhando para o jardim em vez de nos informar sobre sofrimento, genocídio e revolução.

Não há volta atrás ao velho sistema dos “guardiães”, nem deveria haver.

Mas se os algoritmos estão assumindo a função de editar e determinar o que vemos, precisamos ter certeza de que eles pesam variáveis além de uma “relevância” estreita. Eles precisam nos mostrar Afeganistão e Líbia além de Apple e Kanye West.

As companhias que fazem uso desses algoritmos precisam assumir essa responsabilidade salutar com muito mais seriedade do que fizeram até agora. Precisam nos dar o controle sobre o que vemos – deixando claro quando estão personalizando e nos permitindo moldar e ajustar nossos próprios filtros. Nós, cidadãos, também precisamos preservar nosso fim – desenvolvendo a “literatura de filtro” necessária para usar bem essas ferramentas e cobrando conteúdo que amplie nossos horizontes, mesmo quando isso for desconfortável.

É do nosso interesse coletivo assegurar que a internet se coloque à altura de seu potencial como um meio de conexão revolucionário. Isso não ocorrerá se formos confinados em nossos próprios mundos online personalizados. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
É PRESIDENTE DO CONSELHO DA MOVEON.ORG, É O AUTOR DE “THE FILTER BUBBLE: WHAT THE INTERNET IS HIDING FROM YOU”

Deixe um comentário

Arquivado em Comunicação, Jornalismo, Mundo 2.0, Nova Sociedade

Vida saudável? Vá a uma loja de fast food…

Quando lançou o SupersizeMe, o documentarista Morgan Spurlock provavelmente sabia que iria incomodar a maior rede de fast food de todos os tempos, o McDonald’s. Com a quase ingênua e genial ideia de comer todos os dias no McDonald’s durante um mês e aceitar tudo aquilo que era oferecido, Spurlock ganhou 11,1 kg, um aumento de 13% em sua massa corporal. Seu colesterol foi a 230 e ele ainda experimentou mudanças repentinas de humor, disfunção sexual e acúmulo de gordura no fígado. Depois, levou 14 meses para perder tudo o que tinha ganho de peso.

Spurlock mirou no que viu e acertou no que não viu

Ninguém em sã consciência comeria no McDonald’s ou em qualquer marca de fast food por 30 dias seguidos em todas as refeições, mas Spurlock conseguiu chamar a atenção. Mais do que isso: mirou no que viu e acertou no que não viu. O McDonald’s correu para renovar o cardápio, lançou iogurtes, saladas e passou a vender maçãs. Mas agora acho que foram longe demais. A notícia abaixo soa a desespero, uma nova forma de passar o que as marcas não têm: healthwashing (o equivalente ao greenwashing que as marcas estão fazendo para falar de sustentabilidade quando não são tão sustentáveis assim).

A tentativa de fazer fast food parecer saudável… O consumidor não é besta. O que as marcas deveriam fazer, na minha opinião, é encontrar um outro jeito de falar sobre a alimentação. A vida sem um big mac ou um burger king ou mesmo um brigadeiro é muito chata (vegetarianos que me perdoem). Talvez este seja um jeito de comunicar num mundo politicamente correto. O que não dá é querer associar fast food a coisa saudável. Saudável para mente, talvez. Para o corpo, nem pensar.

E agora, com vocês, a academia do Ronald McDonald!

Academia do Ronald...

‘Saudável e descolado’, a nova cara do fast-food

2011-04-19 09:45‘Saudável e descolado’, a nova cara do fast-food

No lugar dos duros bancos de plástico, sofás aconchegantes. As lâmpadas incandescentes cedem espaço para uma iluminação mais intimista.

E a sensação de comer com urgência, provocada pelo conjunto “cores berrantes, mesas desconfortáveis e atendimento impessoal”, é esquecida pela facilidade de conectar o notebook à internet, em um ambiente de Wi-Fi gratuito, sem limite de tempo.As lanchonetes McDonald’s na América Latina estão mudando de cara e parte do capital obtido com a oferta pública inicial de ações ontem na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) deve acelerar essa transformação.

“Vamos reformar cerca de cem lojas na América Latina neste ano, para adaptá-las ao novo layout adotado pela rede, e abrir outras cem nesse conceito”, disse ao Valor o presidente-executivo e presidente do conselho de administração da Arcos Dorados, Woods Staton.A empresa, maior franqueada mundial do McDonald’s, que opera 1.775 restaurantes em 19 países da América Latina, incluindo o Brasil, fez uma oferta de US$ 1,3 bilhão. Dos recursos que vão para o caixa da empresa, US$ 150 milhões serão empregados na expansão e na reforma de lojas, valor que deve se somar ao capital que a rede já tinha em caixa no fim de 2010 – US$ 208 milhões.

“Queremos investir mais em outros formatos, como McCafé e quiosques”, disse o empresário. Hoje, a rede tem 616 lanchonetes, 730 quiosques que vendem sorvetes e 67 lojas do McCafé. O Brasil representa 53% da receita líquida da Arcos Dorados, que foi de US$ 3 bilhões no ano passado.Mas a grande mudança ensaiada pela maior cadeia mundial de fast-food está na associação da sua marca a um estilo de vida saudável. “Algumas das novas lojas abertas neste ano adotarão o modelo Ronald Gym Club”, diz Staton. Esse novo conceito, representado até agora no Brasil por apenas uma loja, em Sorocaba (SP), oferece um misto de “academia”, jogos eletrônicos e lanchonete. Entre as atrações, estão minibasquete, parede para escalada e bicicletas ergométricas ligadas a um monitor de LCD que apresenta jogos interativos.

Staton não revelou quantas dessas unidades fazem parte da leva de cem novas lojas, mas afirma ser essa a tendência mundial seguida pelo McDonald’s. “Apostamos na preocupação cada vez maior com a saúde, o lazer e com a comodidade, por isso também vamos abrir mais unidades ‘drive-thru'”, diz.O empenho da rede em se afastar de conceitos como gordura, colesterol e obesidade não é de agora. Desde 2005, o McDonald’s oferece saladas e frutas nas lanchonetes. Mais recentemente, incluiu a água de coco. A investida não convenceu a maior parte dos consumidores, reconhece Staton. “Frutas e saladas devem representar um dígito das vendas totais”, diz ele, sem precisar quanto.

O empresário garante, no entanto, que a rede tem feito a sua lição de casa na oferta de produtos menos nocivos. “Reduzimos a quantidade de sódio dos nuggets, eliminamos a gordura trans e procuramos diminuir a quantidade de açúcar”, diz Staton.Na opinião do consultor Enzo Donna, da ECD Food Service, será preciso mais do que uma mudança no cardápio e novas lojas para o McDonald’s enfrentar a concorrência no Brasil. “Eles estão fazendo a lição de casa, mas é fundamental testar novos formatos de lojas, como fazem o Habib’s e o Bob’s, seu grande rival no país, para atender públicos que têm expectativas diferentes”, diz.

O Burger King, adquirido no ano passado pelo 3G Capital – comandado pelo trio de empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, sócios da Ambev -, ainda está longe de oferecer uma ameaça para a liderança do McDonald’s. “Mas é claro que eles estão na fase de imersão no mercado e devem vir com propostas agressivas de conquistas de share”, diz Donna.O mercado de alimentação fora do lar movimenta R$ 181 milhões ao ano e serve 62 milhões de pessoas por dia.

Desse total, segundo a ECD, três milhões de consumidores visitam redes de fast-food, o equivalente a 5%. “Mas enquanto o setor de alimentação fora do lar cresceu 16% no ano passado, as franquias saltaram 40%, o que demonstra o rápido avanço das redes de fast-food, que apresentam um tíquete médio maior”, afirma.O maior desafio deste negócio, no entanto, segundo o consultor, ainda é a qualidade do atendimento. “O consumidor está mais interessado em voltar por ter sido bem atendido do que por ter pago preço menor.”


Fonte: Valor Econômico-15/04/2011

2 Comentários

Arquivado em Comunicação, Sustentabilidade

Duas visões de mundo

Há uns meses, encontrei o blog do Jonathan Harris, um lugar onde ele colocava uma foto por dia antes de dormir. Eram fotos aleatórias, do seu cotidiano. Ele diz que começou a fazer quando fez 30 anos, como uma maneira de capturar a memória. Passei a seguir suas fotos e não raro me deliciava com a qualidade do material, altamente inspirador. Ainda mais quando vinha seguido de alguns textos. Até que um dia, no lugar da foto, ele enviou um e-mail, dizendo que o projeto tinha acabado.

Hoje, vi o vídeo abaixo, com as fotos em sequência, acompanhadas de comentários de Harris. Em determinado momento, ele diz que o projeto estava dominando sua vida, quando era para ser o contrário. E aí, ele parou. Interessante saber como ele percebeu a hora de parar. Nem sempre percebemos quando esta hora chega. Os atletas mais bem-sucedidos param no auge. Como fez Pelé. Alguns, como Schumacher, param, mas resolvem voltar, para não ser nem sombra do que eram. Outros, param antes da hora. E voltam para arrebentar, como fez Kelly Slater no surfe, que depois de voltar ainda foi campeão mais duas vezes, tornando-se o único surfista decacampeão da história, muito a frente de qualquer outro competidor.

No video abaixo, Harris mostra que parou no auge e as imagens dele, com a vida do dia-a-dia, inspiram para o famoso Carpe Diem. Aproveite o momento e aprecie 8 minutos com imagens de um ano de vida de um artista de mão cheia.

E se isto não for o suficiente para inspirar, que tal este time lapse estelar, filmado na semana passada (entre 4 e 11 de abril) na montanha mais alta da Espanha? O lugar chama-se El Teide, um dos melhores do mundo para fotografar estrelas. O autor deste filme magnífico chama-se Terje Sorgjerd. Aproveite e reflita sobre o lugar maravilhoso em que vivemos! A vida é bela. Só tem que parar e apreciar de vez em quando! 😉

Deixe um comentário

Arquivado em Comunicação, Fotografia, Inspiração

As marcas e o dilema da transparência

Vida corrida depois de uma mudança de trabalho. Para não deixar o blog parado, segue um link sobre o texto que escrevi recentemente sobre marcas, transparência e sustentabilidade para a revista Amanhã.

http://www.amanha.com.br/home-2/1619-as-marcas-e-o-dilema-da-transparencia

 

=================

As marcas e o dilema da transparência

Em um mundo em que os consumidores querem cada vez mais serem ouvidos e dialogar, um bom jeito de gerar confianca é pela transparência

por Rodrigo Vieira da Cunha
Na última edição do TED, conferência americana sobre inovação e ideias, no início deste mês, duas grandes empresas protagonizaram um momento muito interessante na gestão de suas marcas. Os líderes da Ford e da Pepsi  subiram ao palco do TED para falar de seus trabalhos à frente destas empresas, ícones do capitalismo.

TED_bill_ford350Não é muito comum ver CEOs no palco do TED. Não há uma razão específica (ou talvez haja), mas o fato é que é assim. E desta vez, foram dois CEOs na sequência. Primeiro, falou Bill Ford (neto de Henry Ford), que pareceu à vontade no palco para mostrar que a Ford está olhando para o impacto ambiental causado pelos carros. De acordo com ele, temos hoje 800 milhões de carros, número que saltará para algo entre 2 e 4 bilhões em 2050! Bill Ford mencionou isso para falar de uma série de iniciativas para melhorar a eficiência dos carros e diminuir o impacto no meio ambiente.

Depois dele, falou Indra Nooyi, CEO da Pepsi. Ela começou dizendo que pediu a sua secretária que fizesse uma pesquisa e com isso descobriu que apenas um pequeno percentual dos palestrantes do TED eram CEOs e que achava isso curioso. Segundo ela mesma, a explicação poderia ser o fato de que os CEOs em geral não são confiáveis… Então, falou como uma grande empresa pode contribuir com o mundo e conquistar confiança dos consumidores desta maneira. Daí em diante, Indra apresentou detalhes sobre Pepsi Refresh, um projeto inteligente que patrocina ideias com o potencial de mudar o mundo. O PepsiRefresh começou com uma ótima sacada de marketing: em vez de colocar milhões para fazer anúncios no tradicional SuperBowl, final do campeonato de futebol americano, a Pepsi utilizou este dinheiro para financiar ideias e lançou o projeto no início do ano passado.

O mérito é indiscutível e aqui chego ao ponto que gostaria de abordar. Com a mensagem que passaram, Ford e Pepsi realmente pareceram empresas preocupadas com o impacto que causam e também em fazer negócios melhores. Mas parece que não estão exercendo todo seu potencial. As grandes empresas têm um poder enorme de mudar o mundo. São elas que se relacionam com milhões de consumidores, milhares de fornecedores, acionistas, governos e sociedade em geral. As decisões das empresas impactam a maneira como o mundo funciona. Levando isso em conta, possivelmente Ford e Pepsi perderam chances relevantes de ganhar pontos e confiança dos consumidores em suas falas no TED, que sempre aponta tendências e reverbera por meio de formadores de opinião no mundo inteiro.

Bill Ford deixou de passar uma visão mais ampla ao mostrar que está preocupado em melhorar o transporte como um todo, não apenas a parte que na sua visão lhe cabe, a dos carros. Talvez a grande oportunidade do futuro para a Ford seja a de integrar os automóveis com outros meios de transporte, pois é bem possível que em um mundo com 4 bilhões de carros não exista espaço físico para circular… Já Indra provocou sentimentos mistos na plateia do TED. Pelo twitter, as pessoas reclamavam da onipresença da marca Pepsi na apresentação e da falta de informações sobre como a empresa está transformando o negócio em busca da sustentabilidade. Um projeto social relevante como o Pepsi Refresh é muito legal, mas é paralelo ao negócio. Como a Pepsi faz para diminuir o impacto da logística? Como diminui a quantidade de água usada na produção dos refrigerantes? O que faz para estimular práticas de alimentação mais saudáveis?

São questões que ficaram sem respostas nas falas dos CEOs. E este é o problema. Em um mundo em que os consumidores querem cada vez mais serem ouvidos e dialogar, um bom jeito de gerar confianca é pela transparência. E mostrando resultados: alguns anos antes, no próprio TED, outro CEO falou e ajudou a fixar sua mensagem de reinvenção dos negócios. O nome dele é Ray Anderson e o que ele fez foi transformar sua empresa, a Interface, ao criar um dos modelos de negócios mais sustentáveis do mundo, diminuindo muito o impacto desde o início do processo em 1996. De lá para cá, a empresa reduziu em 43% a quantidade de energia necessária para fabricar carpetes, diminuiu 44% a emissão de gases (ou 94% se considerar a compensação) e ao mesmo tempo aumentou a receita líquida em 27% no mesmo período. Os resultados estão lá, de maneira transparente, no site da empresa.

Talvez os CEOs (nem todos) incomodem em suas mensagens porque está todo mundo cansado de monólogos. Regimes ditatoriais estão caindo no oriente médio e no mundo árabe por conta disso. Iniciativas como Wikileaks ganham projeção por causa disso.  É muito melhor as marcas admitirem que nem tudo é perfeito, que existem falhas e que o processo é evolutivo, do que pegar o microfone para dizer: “olha como somos legais”.  Isso não gera relevância, mas afastamento. Não se trata de um dilema sobre abrir ou não fraquezas, mas sim de admitir que há o que melhorar.

A transparência não é um dogma e  mais do que um momento, é um movimento da sociedade. Lento, mas em pleno avanço. Só quem estiver disposto a pedir ajuda, a ouvir, vai perceber a oportunidade que isto traz. E quem não estiver, pode ficar para trás.

Assista Ray Anderson falando sobre a lógica de mercado da sustentabilidade

 

 

Deixe um comentário

Arquivado em Comunicação, Mundo 2.0, Sustentabilidade

Transparência e diálogo: tendências do TED2011

Nesta era de dados que trafegam na velocidade da luz, ainda estamos tentando dar vazão e compreender o que se faz com tanta informação. Principalmente quando ela é capaz de derrubar regimes e sistemas complexos e estabelecidos há anos. Não à toa, o tema transparência esteve muito presente no TED 2011.

Ainda no primeiro bloco, Wadah Khanfar, diretor da Al-Jazeera, falou sobre a revolução na Tunísia, e como a transparência sobre o que estava acontecendo via disseminação da mensagem pela televisão e outros meios ajudou a dar força ao movimento. Emocionado, ele disse que: “uma nova geração conectada e inspirada por valores comuns criou uma nova realidade para nós. Estamos testemunhando história, o nascimento de uma nova era”.

O executivo do Google Wael Ghonim, que teve papel-chave na mobilização via redes sociais que acelerou a queda do ditador egípcio é um exemplo marcante do nascimento desta nova era. Ele repetiu sua frase que já se tornou a marca desta revolução colaborativa: “Não houve um herói, porque todos foram heróis.” E também disse: “O poder das pessoas é muito mais forte do que as pessoas no poder”.

As marcas e a transparência

Morgan Spurlock, o autor do filme SupersizeMe, foi direto ao ponto transparência. Sua nova empreitada que vai sacudir o mercado publicitário, que não é o que se pode chamar de grande exemplo de transparência… A ideia foi criar um filme chamado “The greatest movie ever sold”, ou o “maior filme já anunciado”. O objetivo foi fazer um filme cujo único propósito era anunciar o próprio filme. Uma grande sacada. Ele foi atrás de marcas para ajudar a financiar, mas obviamente ninguém topou. É claro que durante todo o processo, Spurlock abusou do bom humor para mostrar como funciona o mundo da publicidade. Hoje, em média, uma pessoa recebe cerca de 1500 mensagens publicitárias por dia (procurei estudos sobre isso, quem quiser pode me pedir a fonte que variavam entre 800 a 3000 mensagens por dia – fiquemos na média). Faz-se de tudo para chamar a atenção para uma marca, muitas e muitas vezes prometendo aquilo que não pode ser cumprido… Spurlock disse que tem esperança que seu filme faça com que as companhias pratiquem mais a transparência, um elemento que ele disse ter sentido falta em suas viagens pelos Estados Unidos na produção.

Spurlock e sua nova empreitada: uma balançada no mercado publicitário

No mesmo bloco de Spurlock, coincidentemente ou não, falaram dois executivos responsáveis por grandes empresas, Indra Nooyi, da PepsiCo, e Bill Ford, da Ford. Bill Ford estava mais à vontade do que Indra, mas só no início da palestra. Bill mostrou que a Ford está sim preocupada com o impacto ambiental dos carros, mas partiu da premissa que o número de carros não vai deixar de crescer exponencialmente. Fiquei um pouco frustrado. Achei que ele apresentaria opções para um transporte mais eficiente e não apenas para carros mais eficientes. Segundo ele, temos hoje 800 milhões de carros, número que saltará para algo entre 2 e 4 bilhões em 2050. Assustador.

Indra perdeu uma grande oportunidade também ao focar demasiadamente no seu negócio. Ironicamente, ela começou dizendo que fez uma pesquisa e descobriu que apenas um pequeno percentual dos palestrantes do TED eram CEOs e que achava isso curioso e cuja explicação pode ser o fato de que os CEOs em geral não são confiáveis. Então, começou a falar (bem) sobre sua visão de negócio, sobre como uma grande empresa pode contribuir com o mundo e conquistar confiança dos consumidores desta maneira . E aí no segundo terço em diante, a palestra desandou. Indra se pôs a falar do Pepsi Refresh, um projeto muito bacana, mas que não tem nada a ver sobre a reinvenção do negócio em busca de sustentabilidade.

A plateia do TED não gostou nem ao vivo e nem nas redes sociais. Muitos criticaram a visão excessiva do produto. Eu fiquei particularmante incomodado com a visão onipresente da marca Pepsi nos slides. Enquanto muitas pessoas estão lá falando de projetos incríveis de vida ou da construção de um mundo melhor, o foco excessivo em um projeto de uma marca não caiu bem. No último bloco, num primor de transparência e abertura ao feedback, Chris Anderson deu espaço para que as pessoas fizessem falas de feedback de 1′. Uma delas foi dirigida à Ford e outra a Indra. A crítica à Ford foi a que mencionei (falta de visão do todo) e a da PepsiCo foi mais dura. No lugar de chamar a atenção para a reinvenção do processo produtivo, ao expor a marca em demasia, Indra atraiu a antipatia das pessoas. Então alguém disse que por mais que falasse bem da marca, não tinha como amenizar o fato de que a PepsiCo vendia água açucarada para as crianças.

Críticas à Pepsi: água açucarada para crianças

 

O caminho: diálogo

A mensagem foi mesmo dura, até radical, mas o ponto nem é este. O ponto é que as marcas e empresas ainda estão aprendendo a lidar neste mundo. O fato de um CEO do porte da Pepsi não entender como fazer uma fala em um evento de vanguarda como o TED mostra uma certa desconexão com o momento. E até explica porque não há tantos CEOs por lá. Será pelo fato de não falarem a mesma língua? A cobrança e interação das pessoas será cada vez maior. Definitivamente não será fácil a vida das grandes marcas daqui para frente se não conseguirem provar sua relevância.

O importante, principalmente para as marcas, é manter o diálogo. Depois de sua fala, o documentarista Spurlock ainda disse ao Huffington Post, que acredita que a transparência será algo cada vez mais necessário frente à vontade de as pessoas em saberem e trocarem mais informações via redes sociais. E de novo caímos no tema redes sociais e web. A crescente procura por transparência está crescendo graças à web e ao momento da civilização. Um site como o Wikileaks não existiria se não fosse tão fácil espalhar informações. As revoluções no Oriente Médio têm muto de sua força e rapidez graças à troca de informações. Apesar de ainda não ser livre e transparente em todos os lugares, como na China, por exemplo, de onde veio um vídeo gravado por Ai Weiwei, artista dissidente chinês cujo nome foi banido dos serviços de busca na web chinesa.

Ai Weiwei fez uma das reflexões mais profundas, que toca diretamente também no tema da transparência. Sobre sua situação e de outros na China, ele disse que as nações ocidentais estão tolerando aquilo que está acontecendo. “É uma visão curta. (…) Todo o sistema está se tornando corrupto e nossa sociedade está sacrificando o meio-ambiente, nossa cultura, para se tornar rica.” A frase de Ai Weiwei traz muitas reflexões. Uma delas pode ser a própria capa da Wired que está nas bancas neste mês, questionando o modelo de produção chinês para produzir gadgets como iPods e iPads, entre outros. A revista questiona qual a responsabilidade de cada um neste processo e se já não é hora de olhar mais a sério para isso.

Wired e a capa polêmica: você deve se preocupar?

Vício de jornalista, fui conversar com o outro lado, um amigo chinês que fiz lá em Palm Springs. Professor de universidade importante, intelectual, não bateu palmas ao final do vídeo gravado clandestinamente por Ai Weiwei e enviado ao TED. Aquilo me intrigou e mais tarde, em uma festa de confraternização da conferência, fui perguntar a opinião dele sobre o vídeo. Com semblante sério, disse que não gostou de ver “roupa suja sendo lavada em público”. Segundo ele, o governo chinês está fazendo tanta coisa, tirando tanta gente da miséria, que achava melhor dar crédito e tratar estas questões internamente antes de expôr o país nesta situação. Confesso que fiquei surpreso com esta reação, que carrega um sentimento de patriotismo maior até que a causa da liberdade de expressão. Respeito, mas acho difícil entender.

Países como a China abusam dos filtros na internet, mas eles não estão presentes apenas nas escolhas de agentes do governo. Eli Pareser, autor do livro “The Filter Bubble” fez uma fala bastante intrigante sobre este assunto. Segundo ele, os algoritmos que filtram as buscas do Google, Yahoo ou de qualquer outro serviço que apresente informações a seu pedido ou não, estão filtrando a realidade, escondendo informações desconfortáveis. “Os algoritmos não tem a mesma ética que os editores. Nós precisamos que os editores de informações coloquem um senso de responsabilidade nos algoritmos”, disse. “Eles mostram o que queremos ver e nem sempre o que precisamos ver.” Numa época em que se vive a busca por maior transparência, sem nem mesmo sabermos onde isso vai nos levar, não será surpresa a emergência de realidades mais cruas. É o que Morgan Spurlock falou em relação à transparência das marcas e o que começou a explorar em SupersizeMe e agora irá mais fundo no novo documentário. O mundo está cada vez mais em ON e com a definição de telas HD. Está cada vez mais difícil esconder as coisas.

3 Comentários

Arquivado em Colaboração, Comunicação, Inspiração, Interdependência, Mundo 2.0, Nova Sociedade, política, Questões, Sustentabilidade

“Imagine se…”: o melhor do TED 2011 – parte 1

“Imagine se…” são as palavras que mais recheiam as conversas entre as pessoas que já participaram de um TED ou TEDx pelo mundo, os chamados TEDsters. Por mais maluca que seja a ideia de alguém, logo em seguida alguém vai construir em cima desta ideia para talvez transformá-la em algo melhor ou mesmo viável. Não à toa, a conferência tem fama de revelar as próximas grandes ideias (big ideas). Por isso, não se encontra por lá gente dizendo: “isto não vai dar certo”.  Aliás, em uma brincadeira, esta frase (a número 1 de burocratas) foi rebatizada em uma palestra no TEDActive, por Jack Sim, o fundador da World Toilet Organization (sim, a Organização Mundial dos Toaletes). Ele chamou este tipo de atitude de “bureaucrap”, em um trocadilho com com burocracia e merda, o que ele tenta tratar em seu trabalho…

A astronauta Cady Coleman abriu o TED 2011 falando do espaço. Foto do flickr, by Cr8it

Pois foi chutando a bureaucrap para longe que o TED começou. Falando enquanto girava em torno da órbita de seu próprio corpo, a partir da Estação Espacial internacional, a astronauta Cady Coleman  abriu o TED 2011. Uma bela ideia de abertura de evento! Em seguida, começou a falar a física Janna Levin, que estudo o som que os buracos negros fazem. E do espaço, o número 1 do TED Chris Anderson conectou a plateia com Sarah Marquis, exploradora que está caminhando da Sibéria para a Austrália e até hoje já caminhou 30.000 km. Marquis perguntou em determinado momento por qual motivo  não conseguimos nos conectar à natureza e teimamos em viver de maneira independente.

O colunista do NY Times David Brooks  subiu ao palco para falar do desenvolvimento de consciência e trouxe dois insights importantes:

1) as emoções estão no centro de nossos pensamentos e portanto não estão separadas da razão. São, sim, a fundação da razão porque nos falam aquilo que devemos valorizar. 2) Nós não somos indivíduos auto-resolvidos, mas sim animais sociais e não racionais. Assim, estamos profundamente interconectados uns com os outros. E Brooks falou ao final que “a eficiência de um grupo não é determinada pelo seu QI, mas sim por quão bem conseguem se comunicar”, algo que estaria bastante presente nas palestras seguintes.

Linguagem e comunicação

A curadoria do TED deste ano trouxe vários exemplos de trabalhos que tentam enxergar sentido na quantidade absurda de informações que trafega em nosso dia-a-dia. Padrões, signficado, relevância – o que importa realmente em tudo aquilo que recebemos de informação? Carlo Ratti, do MIT, mostrou o trabalho baseado em sensores para entender a atividade humana, como por exemplo mapear o que acontece com o lixo. No livro Cidades Invisíveis, Ítalo Calvino já lembrava da enorme quantidade de resíduos que é coletada todo dia, mas que precisa parar em algum lugar. Se ninguém mostrar, fica difícil de ver… No site TrashTrack está a pergunta: “por que sabemos tanto sobre a cadeia de suprimentos e tão pouco sobre a cadeia de remoção de lixo?”


Deb Roy do MIT fez uma das falas que mais me chamou a atenção. Durante os três primeiros anos da vida de seu filho ele gravou 24 horas do que se passava na sua casa com câmeras espalhadas por todos os cômodos da casa. 90 000 horas de video. O objetivo foi aprender o processo de aprendizado da linguagem. A primeira palavra que seu filho disse foi água (“water“). Não à toa, a babá andava atrás dele o dia todo pela casa perguntando se queria água, mostrando o quanto o ambiente influencia no aprendizado! À medida que ia crescendo e aprendendo novas palavras, ele buscou interpretar padrões de conversas e em torno de que elas aconteciam. A palavra “bye”, por exemplo, acontecia com muito mais frequência na sala, perto da porta de saída. A experiência de Roy também pode ser aplicada, como ele mostrou ao final, no entendimento dos padrões que emergem de na discussão de temas como eleições, política e futebol. Entendendo isso, é possível, por exemplo, poder influenciar ou ajudar a dar sentido às conversas que emergem na internet a partir de programas de televisão. Ao final, Roy mostrou que tecnologia pode, sim, ter emoção, quando exibiu os primeiros passos da vida de seu filho.

Milagres”

A emoção da descoberta apareceu outras vezes no TED, como no projeto do carro desenvolvido para ser guiado por cegos, de Dennis Hong.

Teve também o trabalho de exoesqueletos da Universidade de Berkeley, para aumentar o potencial de soldados e — muito melhor que isso — para fazer cadeirantes andarem, como Amanda, que caminhou no palco do TED.

O escavador de dinossauros Jack Horner foi ao palco em uma palestra divertida para mostrar como ele está reconstruindo o DNA de dinossauros a la Jurassic Park. Só que no lugar de pegar amostras de sangue de mosquitos presos em âmbar como no filme, ele está utilizando galinhas para reconstruir a sequência genética. Segundo ele, galinhas são bichos pré-históricos e que podem muito bem ajudar a construir o Galinhossauro. Ainda faltam alguns anos de pesquisa, mas o caminho já está sendo percorrido (veja mais).

E depois disso veio um dos momentos mais incríveis do TED 2011, quando o cirurgião Anthony Atala apresentou seu trabalho de medicina regenerativa e impressão de órgãos humanos. Sim, é isso mesmo. Nenhuma das pessoas com quem conversei nos últimos dias sobre isso conseguia acreditar no que ouvia. Para alguns, tive que enviar o link da palestra de Atala (abaixo), que já está no ar. É isso mesmo, já estamos conseguindo imprimir órgãos humanos. Atala fez duas coisas para deixar claro que não estava de bravata. 1) Ele terminou a impressão de um rim em pleno palco, ao final de um processo de 7 horas. Na definição dele, no lugar de tinto, o cartucho da impressora libera células humanas preparadas para este fim. Atala já desenvolveu a tecnologia para irrigar o rim com veias, mas o website da universidade informa que a tecnologia de impressão de órgãos humanos é promissora, mas que ainda existe muito a ser feito até que não se precise mais de doação de órgãos, por exemplo. 2) Atala levou ao palco um de seus pacientes que recebeu há 10 anos uma bexiga redesenhada em laboratório. O rapaz disse no palco com voz embargada que sua vida foi salva pelo cirurgião.

No dia seguinte a este choque o especialista em saúde pública Harvey Finneberg falou sobre evolução. Lembrou Darwin ao dizer que a sobrevivência depende de quem souber se adaptar melhor e não necessariamente aos mais fracos. E aí veio com sua tese: a “neoevolução˜. Com os avanços da medicina, ele falou que este novo tipo de evolução não será natural, mas sim guiado por nós humanos. Foi impossível não lembrar dos experimentos nazistas de Josef Mengele e conectar com o recém-mostrado poder de criar órgãos humanos. A pergunta de Finneberg ao final continua ressoando para mim: “Será que conseguiremos desenvolver a sabedoria para fazer as coisas certas para nossa evolução?”

Resposta: Humildade

Talvez a resposta estivesse no último bloco, que se chamou “Only if. If only”, mas podia muito bem ser chamado de humildade. Começou com a autodefinida “wronglogist” Kathryn Schulz, na que foi para mim uma das palestras mais sensíveis e delicadas dos quatro dias. Ela escreveu um livro sobre o “errado”, cujo título é “Being wrong: adventures in the margin of error” e será lançado em maio aqui no Brasil. Schulz diz que por volta dos 9 anos, aprendemos que as pessoas que fazem coisas erradas são irresponsáveis ou preguiçosas, mas que na verdade há muito mais sobre o erro do que este preconceito. “Santo Agostinho já dizia, ‘erro, portanto existo'”. Estar errado, para ela, faz parte de nossa humanidade e que isso é fonte de criatividade. “Abrace o erro e aprenda com ele. Faz mal confiar demais no sentimento de estar sempre “do lado certo” das situações. Olhe para a vastidão do e complexidade do universo e tenha a coragem de dizer ‘não sei’ ou ‘talvez eu esteja errado”.

O educador John Hunter veio em seguida. Dono de voz acolhedora transpirando sabedoria, ele mostrou o jogo “The World Peace Game”. Uma espécie de War ao contrário, falando da interdependência de países e do uso compartilhado de aspectos sociais e ambientais. Hunter sempre fala para as crianças durante o jogo, aplicado em escolas: “desculpem, meninos e meninas, nós deixamos o mundo em um estado tão ruim que vocês terão que consertar”.

E ao final, Hunter (com quem tive a sorte e inspiração de trocar rápidas palavras no corredor do hotel onde fiquei em Palm Springs) permaneceu no palco para a última e incrível fala de Robert Ebert, crítico de cinema americano que perdeu a fala graças a um câncer na tireóide. Com a mandíbula reconstruída, mas sem a possibilidade de articular sons, Ebert deu um show de bom humor e amor à vida ao sorrir incontáveis vezes pelos olhos durante a leitura de sua fala, ora pelo computador que simula sua voz, ora por sua esposa, ora por Hunter, ora por um terceiro amigo que dividia o palco. Em certo momento, sua esposa travou ao ler algo que ele tinha escrito. Ela não concordava e chegou a dizer: “desculpa, mas ele não quis  dizer isso.” E começou a chorar. Com dois dedos, Ebert fez o sinal característico para ela continuar e como já estava demorando, pediu que ela passasse o texto para Hunter. Então ela disse: “nunca peça a sua esposa ler algo assim”. E continuou o discurso de celebração da vida que Ebert preparou.

Tenho certeza que durante a preparação desta fala, alguém disse: imagine se outros falassem por Ebert, representando sua voz. Assim como muitos outros imaginaram as invenções, engenhocas e inovações que preencheram o palco de Long Beach nesta edição: impressão de órgãos, galinhossauro, exoesqueletos, carros guiados por cego etc. De Long Beach a Oxford, passando por Palm Springs e por mais de 1 000 TEDx ao redor do mundo, a comunidade TED é repleta de pessoas de perfis empreendedores. A mágica de fazer e contar é o que mantém unida uma comunidade que só faz aumentar ano a ano. Com tanta gente pensando e trocando ideias com o ˜imagine se”, não tenho dúvidas que será possível trocar conhecimento para termos um lugar melhor para se viver. Sem “bureacrap”.


PS: ainda há mais a ser dito sobre o TED 2011. Virá nos posts seguintes.)

4 Comentários

Arquivado em Comunicação, Felicidade, Interdependência, Mundo 2.0, Nova Sociedade, política, Sustentabilidade

O TED 2011 em 280 tweets

TED 2011 e a redescoberta do encantamento

Enquanto continua o processo digestivo das falas do TED (que às vezes duram meses!), aí vai a cobertura completa via twitter (em português e inglês). Está cheia de links para os principais momentos das palestras. Quem tiver paciência, vai garimpar muita coisa boa. E quem não tiver, em breve vou começar a colocar aqui alguns posts com os assuntos “curados” com o que achei de conexões e relevância.

2 Comentários

Arquivado em Comunicação, Felicidade, Ideias, Inspiração, Interdependência, Mundo 2.0, Nova Sociedade, política, Questões, Sustentabilidade