Marina Silva 2.0


Em agosto passado, fiz uma brincadeira aqui no blog, falando da “Obama Brasileira”. Foi uma alusão aos primeiros ensaios de candidatura da Marina Silva à presidência. De longe, na época, parecia que Marina ia tentar trilhar os passos de Obama, no sentido de promover o novo, resgatar a esperança na política e mobilizar as pessoas para uma visão diferente de País.

Nitidamente, Marina está querendo seguir estas pistas. No conteúdo, com as devidas diferenças de envergadura de país e background político, e também na forma.

Na semana passada, Marina Silva lançou seu twitter (www.twitter.com/silva_marina) e o blog Minhamarina.org.br. Achei interessante no texto que ela admite não ser nenhuma supermulher e que obviamente contará com ajuda para manter o diário atualizado.

No Twitter, uma matéria do Estadão dava conta que em apenas 14 dias, Marina chegou a 1 300 seguidores no Twitter. Comparava com José Serra, que já está há muito mais tempo e conta com mais de 160 mil seguidores. (Números atualizados:

O balança da campanha virtual de Barack Obama à presidência america, apresenta números de peso, conforme compilados no livro “Um voluntário na campanha de Obama”, de César Busatto, Editora Coletiva:

  • a lista de e-mails de Barack Obama é formada por mais de 13 milhões de endereços  – e mais 5 milhões de apoiadores se reuniram em diversas redes de relacionamento;
  • a assessoria do candidato enviou mais de sete mil diferentes mensagens ao longo da campanha;
  • o número de e-mails encaminhados superou a 1 bilhão;
  • o número de pessoas que se inscreveram para receber mensagens de texto por telefone chegou a 1 milhão;
  • no dia da eleição, pelo menos 3 mensagens de texto foram enviadas a cada eleitor inscrito no programa;
  • os apoiadores de Obama recberam, em média, entre 5 e 20 mensagens por mês, dependendo de onde viviam;
  • foram escritas cerca de 400 mil postagens de blog;
  • mais de 5,4 milhões de ususários clicaram o botão “Eu votei”, no dia da eleição, para avisar seus amigos do Facebook que eles haviam comparecido às urnas.

Será que a equipe de Marina vai ter o mesmo fôlego. Dados os percentuais nas pesquisas eleitorais, vai ser preciso muito fôlego para ter chances reais de concorrer à Presidência. Principalmente porque no Brasil apenas 30% da população tem acesso à internet, enquanto nos EUA são 74%, de acordo com http://www.internetworldstats.com/ .

Se depender da mobilização individual, estamos aí para fazer a diferença. Por enquanto, pelo que fez, pensa e traz, meu voto é da Marina Silva. Vamos ver a equipe e o plano de governo.

PS: A mesma matéria falava que Marina Silva é mantenedora de utopias. Acredito que seja mesmo. E utopia, na minha visão, é algo extremamente útil, para dar uma direção de mundo para a sociedade.

Sustentabilidade, por exemplo, é uma grande utopia. Nenhuma empresa, País ou sociedade será extremamente sustentável como os Na’Vi, de Pandora, no filme Avatar. É impossível no jeito em que aprendemos a pensar e a conceber o mundo (Einstein: “Não dá para resolver os problemas do mundo com a mesma mentalidade que usamos para criá-los). Sustentabilidade é uma utopia, sim, que aponta caminhos e possibilidades de se construir uma relação mais estável, segura e viável com o planeta em que vivemos.

3 Comentários

Arquivado em Mundo 2.0, política, Sustentabilidade

3 Respostas para “Marina Silva 2.0

  1. Felipe Staniscia

    Rodrigo,

    Gosto muito da maneira como você coloca sua opinião e descreve os acontecimentos.

    Concordo que a utopia é importante e fico mais motivado quando é uma utopia que dá para colocar em prática.

    A Marina está “montando” uma equipe fantástica para concorrer as eleições, tenho certeza que teremos grandes surpresas e um equipe comprometida e competente.

    Em relação a fazer o que o Obama fez, acho totalmente viável e super pertinente, vai dar trabalho, mas é um trabalho diferente e para o bem.

    Abraços,
    Felipe Staniscia

  2. Pingback: Que venha a campanha 2.0 « A Ficha Caiu

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