Ontem peguei o boné, o óculos de sol, passei um Sundown, coloquei um tênis velho no pé, uma bermuda larga e uma camiseta cinza e fui camuflado ao Palestra Itália assistir Grêmio x Palmeiras.
Na chegada, um pouco de apreensão com os palmeirenses rodando a entrada da torcida do Grêmio. Nada demais.
A bola já estava rolando quando entrei. Um gramado para lá de verde. O estádio cheio de vaga-lumes no sol. A camisa nova do Palmeiras é um verde-fosforescente de gosto duvidoso. Quase da cor da camisa do juiz, que foi obrigado a vestir uma camisa cor-de-romã.
No primeiro tempo, um susto com a bola na trave na cabeçada do Alex Mineiro. Depois, boa jogada do Tcheco, que lançou Reinaldo, que passou para Marcel. De frente para o gol… para fora. Burro! Teve ainda um chute do Souza e outro do Reinaldo. E poucas jogadas do Palmeiras. O Grêmio estava com sorte. As bolas divididas estavam sobrando para nós.
No meio da torcida, um gringo e uma gringa. Ele do Canadá, ela da Sérvia-Montenegro. Ambos em roupas estranhas para o estádio. Ele vestia óculos de grife e camisa agarradinha combinando com jeans surrado. Ela vestia um óculos moscão, um chapéu meio-panamá estiloso. Cairia bem no Jóquei. Tiraram várias fotos com a bandeira do Grêmio e tenho certeza que saíram gremistas.
Ao meu lado, um pai e um filho gaúchos que vieram para o Salão do Automóvel e aproveitaram para ver o Grêmio. Uma paixão que não se explica.
Segundo tempo. O Grêmio continua melhor. A zaga reserva, com jogador de 18 anos estreando, é perfeita. Denílson, o jogador-enganação, é substituído. Diego Souza, que jogou muito no Grêmo em 2008, se lesionou e por sorte não jogou ontem. 27 do segundo. A falta é cobrada para Tcheco. Ele dá dois passos e joga a bola na área. Ninguém toca. Ela quica, e morre no fundo do gol de Marcos. Goooooooooooooooooooooool!!! Dois caras que nunca vi antes me abraçam. Só mesmo em estádio de futebol.
Alguns sustos nos minutos finais, mas nada demais. A torcida vaga-lume se cala. A tricolor vibra como nunca.
Fim de jogo. O time do Grêmio vem correndo para agradecer a torcida, renovando a febre tricolor. É o que explica a vontade de gritar pelo time por 90 minutos.
Na saída, passo firme, sem olhar para o lado. Afinal, melhor não ser reconhecido como adversário em dia de derrota em casa… Tudo tranqüilo.
Agora, só dois pontos de distância do São Paulo. Domingo que vem tem mais.
Na volta, em casa, Gutão fica feliz da vida com o resultado. E pergunta: O Inter teve azar hoje, papai? Não, mas quem se importa com isso hoje?
Que domingo!