Dia de estréia no Olímpico


Aproveitei um dia de trabalho em Porto Alegre para levar o Augusto para passar o final de semana comigo, com os avós e com o tio. A programação foi intensa e mesmo assim não deu tempo de visitar a todos os amigos. Teve churrasco todo dia (essa é uma parte muito boa!) e visita-churrasco rápida à Cachoeira do Sul, onde moram os familiares. Teve ainda passeio no Museu da PUCRS (sensacional para crianças), visita à prefeitura (Gutão sentou até na mesa do prefeito!), mais churrasco com amigos e o grande programa: jogo do Grêmio!

Foi a estréia do Gutão num estádio. No Olímpico, é claro! Começou na sexta-feira, quando passamos lá rapidamente para pegar os ingressos que minha mãe conseguiu para que toda família pudesse ir (inclusive o avô colorado!). Eu, como gremista e sócio-torcedor assíduo, tinha direito a uma camisa do time, por pagar 24 meses de associação. Dei para meu irmão, que havia acabado de falar que precisava de uma camisa nova. Ainda que a que estivesse usando (da década de 80) já valesse 300 reais no mercado underground de colecionadores. Depois de pegar minha carteirinha nova e dar a antigo para o Augusto (que recebeu como um trófeu), entramos no estádio. Estava vazio e pronto para receber 43 000 torcedores dali a dois dias. Gutão correu e pulou, boquiaberto de conhecer o Olímpico. Tão ou mais do que o pai, é verdade, que realizava ali um sonho.

No Domingo, dia de jogo, passamos no aniversário do Luiz Felipe, filho da Vanda, que trabalhou anos em nossa casa. Foi uma espécie de irmã mais nova para mim e meu irmão. Faz parte da família. De lá, fomos para o jogo. Na chegada, aquela sensação indescritível de navegar em um mar azul de torcedores gremistas. Todos com o sorriso no rosto, confiantes na vitória. Gutão foi da garagem onde deixamos o carro até o portão do estádio na garupa do Tio Bru. Assistindo de cima a tudo aquilo. Lá dentro, pura festa da torcida.

Principalmente no momento em que o Tcheco fez o primeiro gol, ainda no primeiro tempo. Gutão pulou, comemorou e cantou músicas da Geral do Grêmio, a torcida que está reinventando o jeito de torcer no Brasil, com seguidores país afora. A cada música que ele conhecia, cantava olhando para mim, pedindo confirmação com o olhar. Nem precisava. Já havia treinado tantas vezes em casa que foi fácil, fácil cantar.

No segundo tempo, mais um gol do Grêmio e muita festa na arquibancada. Tudo supervisionado por meu amigo César, o gremista mais doente que conheço, que fez questão de ser o padrinho da estréia do Gutão. Valeu, Cecé! O Marcelo, companheiro de jogos na cadeira locada do Grêmio durante toda a infância, estava lá também. Não podia ter estréia melhor… Final: Grêmio 2×1 Coritiba.

Fomos para casa felizes da vida, tentar dormir o quanto antes para pegar o avião às 7h da manhã no dia seguinte. Na chegada ao aeroporto, a notícia que o vôo estava atrasado 1h. Fomos para o portão indicado e estava errado. Quando Gutão estava se aninhando para dormir no meu colo, tivemos que trocar de lugar. E eis que a caminho do outro portão, cruzamos com… Tcheco. Pausa para explicar. Desde pequeno,  no processo de ensinar ao Gutão porque ele deveria torcer para o Grêmio, ele sempre ouviu que o Tcheco era o camisa 10 do Grêmio, o craque etc. Sempre que jogamos futebol ele é o Tcheco. Pois ontem, o primeiro gol foi dele e hoje damos de cara com o sujeito no aeroporto.

Não tive dúvidas e pedi para tirar uma foto. Gutão estava emburrado, dizendo que queria a mãe e choramingando. Tcheco mostrou que além de craque, é gente boa. Pegou o guri e perguntou porque ele estava chorando. Trocou uma idéia e saiu a foto abaixo. Da cara de sono e emburrada não deu para fugir!

Gutão e Tcheco

Ainda falei para ele: “Gutão, diz para o Tcheco que o Grêmio vai passar o São Paulo e vai ser campeão!”. A depender da sorte do Augusto, já temos um novo tricampeão brasileiro em 2008!

5 Comentários

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5 Respostas para “Dia de estréia no Olímpico

  1. Leandro Deffente

    Que irado, irado, irado!!! Tenho certeza que não podia ser melhor, tenho certeza que nesse domingo nasceu, na verdade, se consolidou a criação de mais um novo gremista. Confesso que fiquei emocionado com o relato, da forma como foi, como aconteceram as coisas. De certa forma, acompanhei todo esse processo e estava curioso de saber como seria. Legal, muito legal mesmo!!!!

  2. Julius

    Matou a pau capitão!! Espero fazer algo semelhante com o Hiro. No Gigante, é claro…

  3. Carapa

    Uma grande jornada tem que ter um final perfeito. Nos braços do capitão! Só um “problema” para ti Digo… Agora o Gutão vai querer voltar muitas vezes. Te puxa magrão!

  4. Rosane

    Adorei ver como esse menino cresceu! Sinto-me um pouco tia por acompanhá-los desde sempre pelos amigos Lili e Vieira. É isso aí, Rodrigo: criança a gente ensina desde cedo a torcer pelo time certo.

  5. Marcela

    que lindo digo!!!!
    queria muito ter estado com vocês na visita-churrasco rápida a cachoeira do sul.
    mas fica pra daqui a 3 anos.
    beijão.

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